O diabo e a Terra de Santa Cruz
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muitos dos casos presentes nas devassas, e até então tidos por mim como testemunhos da persistência de práticas africanas, diziam respeito a um substrato comum também à feitiçaria européia.
Rosa Egipcíaca: uma santa africana no Brasil colonial (1992), de Luiz Mott,
Nos fins do século xv, a expansão ultramarina levou assim a cabo uma fusão importantíssima para a história da cultura européia: articulou, recombinando, as formulações européias acerca do Purgatório, da função purificadora da travessia marítima e do degredo como purificação — desdobramentos vários de um grande rito de passagem.
A natureza é pródiga, generosa, amiga: mas desde que transformada pelo homem.
Constatada nos hábitos e na vida cotidiana, confirmada nas práticas mágicas e na feitiçaria, a demonização do homem colonial expandiu-se da figura do índio — seu primeiro objeto — para a do escravo, ganhando, por fim, os demais colonos.
a feitiçaria colonial mostrava-se estreitamente ligada às necessidades iminentes do dia-a-dia, buscando a resolução de problemas concretos.