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    O filósofo ignorante

    Por Voltaire
    Existem 9 citações disponíveis para O filósofo ignorante

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    Reflexões espirituosas sobre as eternas questões da humanidade

    François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, foi um prolífico e influente pensador do Iluminismo francês. Famoso pelo estilo sagaz e por seu repúdio a qualquer forma de fanatismo e superstição, ele escreveu dezenas de ensaios, peças de teatro, poemas e ficções. O filósofo ignorante é uma das obras finais de Voltaire, escrita na última década de sua vida. Nela, o autor faz uma síntese dos principais pontos de sua filosofia, apresentando-os em forma de perguntas (ou ?ignorâncias?, como ele as chama). Ao discutir tópicos como o sentido da vida, a liberdade, a moral, a natureza e a justiça, Voltaire procura manter uma postura humilde, sem perder de vista as limitações do conhecimento humano, mas sempre com o espírito crítico e mordaz que contribuíram para que se tornasse um dos pensadores mais populares da modernidade.
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    Citações de O filósofo ignorante

    O maior dos crimes, ao menos o mais destrutivo e, portanto, o mais contrário à finalidade da natureza, é a guerra; porém, não há nenhum agressor que não cubra esse crime com o pretexto da justiça.

    Não há meio-termo entre a necessidade e o acaso; e sabemos que não há acaso de modo algum; logo, tudo o que acontece é necessário.

    Ser verdadeiramente livre é poder. Quando posso fazer o que quero, é essa minha liberdade, mas quero necessariamente o que quero; caso contrário, eu quereria sem razão, sem causa, o que é impossível. Minha liberdade consiste em andar quando quero andar e não sofro da gota.

    “Domine sua alma, purifique-a, afaste todo pensamento criminoso. Acredite que Deus não pode ser bem servido pelos perversos; acredite que ele não se assemelha aos fracos mortais que os louvores e os presentes seduzem: somente a virtude pode lhe agradar.”

    Utilidade real – noção de justiça A noção de uma coisa justa parece-me tão natural, tão universalmente adquirida por todos os homens, que ela é independente de toda lei, de todo pacto, de toda religião. Se eu pedir de volta a um turco, a um guebro, a um malabar o dinheiro que lhe emprestei para se alimentar e se vestir, nunca lhe passará pela cabeça me responder: espere eu saber se Maomé, Zoroastro ou Brahma ordenam que eu lhe devolva seu dinheiro. Ele concordará que é justo pagar-me e, se não o fizer, é que sua pobreza ou sua avareza prevalecerão sobre a justiça que ele reconhece. Reconheço como um fato que não há povo algum no qual seja justo, bom, conveniente e honesto recusar comida ao pai e à mãe quando se pode dar; que grupo nenhum jamais pôde considerar a calúnia como uma boa ação, nem mesmo um grupo de beatos fanáticos. A ideia de justiça parece-me tanto uma verdade de primeira ordem, à qual o universo inteiro dá seu assentimento, que os maiores crimes que afligem a sociedade humana são todos cometidos sob um falso pretexto de justiça. O maior dos crimes, ao menos o mais destrutivo e, portanto, o mais contrário à finalidade da natureza, é a guerra; porém, não há nenhum agressor que não cubra esse crime com o pretexto da justiça. Os depredadores romanos faziam sacerdotes chamados Feciales declarar justas todas as suas invasões. Todo bandido que se encontra à frente de um exército começa seus furores por um manifesto e invoca o deus dos exércitos. Mesmo os pequenos ladrões, quando se associam, têm o cuidado de não dizer: vamos roubar, vamos arrancar da viúva e do órfão seu alimento; eles dizem: sejamos justos, vamos retomar o que é nosso das mãos dos ricos. Eles usam entre si um linguajar que chegou inclusive a ser impresso no século XVI26; e nesse vocabulário, chamado de argot [gíria], as palavras roubo, furto, rapina não aparecem; eles se servem de termos que correspondem a ganhar, retomar. A palavra injustiça nunca se pronuncia em um conselho d

    Um único homem eloquente, hábil e digno de crédito poderá muito sobre os homens; cem filósofos nada poderão se forem apenas filósofos.

    De Confúcio Os chineses não tiveram superstição alguma, charlatanismo algum a se reprovar como os outros povos. Há bem mais de quatro mil anos, o governo chinês mostrava aos homens, e lhes mostra ainda, que se pode governá-los sem enganá-los; que não é pela mentira que se serve o Deus da verdade; que a superstição é não apenas inútil, mas prejudicial à religião. Jamais a adoração de Deus foi tão pura e tão santa como na China (com exceção da revelação). Não falo das seitas do povo; falo da religião do príncipe e da de todos os tribunais, de tudo o que não é a populaça. Qual é a religião das pessoas honestas na China há tantos séculos? É a seguinte: Adore o céu e seja justo. Nenhum imperador teve outra. Geralmente, coloca-se o grande Kung-fu-tsé, que chamamos Confúcio, entre os antigos legisladores: é uma grande inadvertência. Kung-fu-tsé é muito moderno; ele viveu num período anterior em apenas 650 anos à nossa era. Nunca instituiu culto ou rito algum, nunca se disse inspirado ou profeta; apenas reuniu em um corpo as antigas leis da moral. Ele convida os homens a perdoar as injúrias e a lembrar apenas os benefícios, a zelar sempre por si mesmo, a corrigir hoje as faltas de ontem, a reprimir as paixões e a cultivar a amizade, a dar sem ostentação e a só receber o extremo necessário, sem baixeza. Não diz que não devemos fazer a outrem o que não queremos que façam a nós mesmos: seria apenas proibir o mal. Ele faz mais, recomenda o bem: “Trata outrem como queres que te tratem”. Ensina não somente a modéstia, mas também a humildade; recomenda todas as virtudes.

    De Zoroastro Não examino em que tempo viveu Zoroastro, a quem os persas deram nove mil anos de antiguidade, como deu Platão aos antigos atenienses. Vejo apenas que seus preceitos de moral conservaram-se até os nossos dias: eles foram traduzidos da antiga língua dos magos para a língua vulgar dos guebros32, e as alegorias pueris, as regras ridículas e as ideias fantasiosas presentes nessa compilação indicam que a religião de Zoroastro é da mais alta antiguidade. Ali encontramos o nome jardim para exprimir a recompensa dos justos, e o mau princípio é designado pelo nome Satã, que os judeus também adotaram. O mundo é visto como formado em seis estações ou em seis tempos. É ordenado recitar um Abunavar e um Ashim vuhu para os que espirram. Nessa compilação de cem portas ou preceitos tirados do livro do Zend, no qual se transcrevem as próprias palavras do antigo Zoroastro, que deveres morais são prescritos? O de amar, o de socorrer pai e mãe, o de dar esmola aos pobres, o de nunca faltar à palavra, o de abster-se quando se tem dúvida se a ação que se vai fazer é justa ou não (Porta 30). Detenho-me nesse preceito porque nenhum legislador nunca pôde ir mais além; e convenço-me de que, quanto mais Zoroastro estabelece superstições ridículas em matéria de culto, tanto mais a pureza da sua moral mostra-se incorruptível; quanto mais ele se abandonava ao erro nos seus dogmas, tanto mais lhe era impossível errar ao ensinar a virtude.

    O sr. prior, em O espetáculo da natureza4, disse ao sr. cavaleiro que os astros são feitos para a terra, e a terra, assim como os animais, para o homem. Contudo, visto que o pequeno globo da terra gira com os outros planetas em torno do sol; que os movimentos regulares e proporcionais dos astros podem subsistir sem que haja homens; que há em nosso pequeno planeta infinitamente mais animais do que meus semelhantes, pensei que o sr. prior tinha um pouco de amor-próprio demais ao se orgulhar de que tudo fora feito para ele; vi que o homem, durante sua vida, é devorado por todos os animais se está sem defesa e que, além disso, todos o devoram após sua morte.

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