O Idiota
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O que existe de mais vil e odioso no dinheiro é que ele concede o próprio talento.
«Se pudesse não morrer! Se me restituíssem a vida! Que eternidade se não abriria diante de mim! Transformaria cada minuto num século de vida! Não perderia mais um único instante e tomaria nota de todos eles, para não gastar algum inutilmente».
É por preguiça que as pessoas se julgam ao primeiro contacto e não pensam mais conhecer-se devidamente.
Quando se condena à morte um assassino, a pena é muitíssimo mais grave do que o crime. A morte jurídica é infinitamente mais atroz que o assassinato.
Estas pessoas tão bem informadas sobre todas as coisas encontram-se, por vezes, e mesmo com bastante frequência, numa certa classe social. Sabem tudo, porque concentram num só sentido as faculdades inquiridoras do seu espírito. Este hábito é com certeza a consequência de uma falta de outros interesses vitais mais importantes, como diria um pensador contemporâneo.
Toda a gente me considera também como um idiota. Não sei porquê!… É certo que estive bastante doente e que a doença me deve ter dado um ar de idiota. Serei porém agora um idiota, quando eu próprio reconheço que me julgam como tal? Quando entro em qualquer parte, penso: podem tomar-me por um idiota, mas sou um homem sensato e essas pessoas não podem duvidar…
Arrastem, em pleno furor de uma batalha, um soldado para a frente da boca de um canhão, e ele manterá a esperança de se salvar até ao derradeiro momento de perder a vida. Anunciem porém a esse soldado a certeza de que foi condenado à morte, e vê-lo-emos tornar-se louco ou desfazer-se em lágrimas. Quem pode afirmar que a natureza humana é capaz de suportar esta prova, sem cair na loucura? Porque infligir-lhe uma afronta tão infame, quanto inútil?
Supunha-me incapaz de reconhecer os meus erros? Como é que me convenci há pouco que a senhor era um idiota… O senhor observa coisas que os outros nunca notaram.
O senhor com a sua alma de jesuíta, a sua alma hipócrita, idiota, milionário benfeitor; odeio-o mais do que a tudo e a toda a gente!
A alma dos outros é um mistério, a alma russa é um enigma
— Não há aqui uma única pessoa que seja digna de ouvir essas palavras! Todos (e tantos eles são) não valem o seu dedo mínimo, nem o seu espírito, nem o seu coração. O senhor é mais honesto que eles todos; sobreleva-os a todos em nobreza, em bondade, em inteligência. Há aqui pessoas indignas de pegar no lenço que acaba de lhe cair das mãos… E sendo assim, porque se humilha, porque pretende meter-se debaixo de todos eles? Por que leva a sua modéstia ao exagero? Por que não tem um pouco de orgulho?
A falta de originalidade tem sido considerada, em todos os tempos e em todos os países, como a primeira qualidade e o mais seguro indício de um indivíduo capaz, apto para o trabalho e dotado de um senso prático;
Ah, ah! E como pode ele amar duas mulheres? E cada uma delas com um amor tão diferente? Isto é deveras curioso… Pobre idiota! E o que lhe irá suceder agora?»
Assim seja! Morrerei, contemplando de frente essa fonte do vigor e da vida, de uma vida que em mim está prestes a terminar. Se tivesse dependido de mim o não nascer, não teria certamente aceitado a existência em condições tão irrisórias. Porém resta-me ainda a faculdade de morrer, se bem que disponha apenas de um resto de vida já condenada. Este meu poder é bastante restrito e por consequência a minha revolta também.