(a5, 162 p.) - Na África, durante todas as manhãs, um grupo de leões (acredita-se famintos) sai em busca de suas presas e, por ocasião, deparando-se com um grupo de gazelas, começa-se então a caçada.
Dentro desse contexto - após a necessária e devida pausa para reflexão - responda-se a seguinte indagação:
“Todas as gazelas perseguidas nessa caçada, dentro do contexto natural da chamada cadeia alimentar, seriam e/ou serão pegas pelos leões (Leoa)?
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PREÂMBULO - SOBRE A NATUREZA DO PROCESSO DIALÉTICO E SOBRE O SENTIDO DESSE LIVRO
Enquanto Descartes, em sua máxima "penso, logo existo" preconizava, como Platão antes fizera, a supremacia o Espírito (ideia) sobre Matéria, Bacon, por outro lado, defendia que, na busca do conhecimento, precisávamos nos preocupar em nos livrarmos dos ídolos, das falsas noções e/ou ideias que migravam para o espírito humano, como se fossem entes, isto é, como seres que nos tiram da condição de possuidores de ideias e nos colocavam na condição escravizada de meros possuídos por elas (ideias), dando-nos, todavia, ao mesmo tempo, a ilusão e/ou sensação de estarmos “hiper-conscientes.”
Mais adiante, já no fim da era moderna e/ou início da contemporânea, o embate continua: Agora, entretanto, entre Hegel e Marx e/ou vice versa.
As proposituras de Hegel não são muito diferentes das dos outros idealistas.
Mas, as de Karl Marx, foram inovadoras, ou melhor, revolucionárias: ele, Marx, criou a teoria Materialista da História e/ou melhor, o chamado Materialismo Dialético e/ou a ideia de práxis, que, muitos educadores, como Paulo Freire, aos seus modos, começaram depois a chamar também de práxis pedagógica.
Ora, mas o que vem a ser o principio dialético Marxista?
Não tenho aqui a pretensão de explicar o pensamento de Marx, mesmo porque, o mesmo, já se explica por si só.
Resumindo, o que se pode dizer é que, ele, o princípio dialético, é equivalente a uma espécie de “complexidade do óbvio". Isto é, por meio dos seus princípios, preconiza-se, entre outras coisas, que:
1- a prática e/ou matéria não se reduzem e/ou não devem se reduzir a teoria; e, que:
2- nem tampouco a teoria e/ou a ideia devem se reduzidas à prática.
Ou seja, que, na busca do conhecimento, é preciso haver um processo dialético e/ou dialógico entre elas.
Em outras palavras:
1- tem-se sempre uma tese, que, seguindo um processo socialmente dinâmico:
2- dará, supõe-se, sempre origem a uma antítese que, por sua vez:
3- redundará, supõe-se, numa síntese, ou seja:
4- numa nova tese, até o curso final da história, que seria, para Marx, a chamada "sociedade perfeita".
“Isso é uma utopia?”
Saibam muitos, porém, que, para Marx, existe um caminho, enquanto alvo, a seguir, mas também que, esse caminho, ao contrário do que preconizam os Idealistas, faz-se somente ao andar. Ou seja, nas palavras do próprio Marx:
“Para ser capaz de transformar (a sociedades e/ou a nossa condição social) é também preciso, antes, ser capaz de transformar-se...”
Eis aí o real sentido desse livro:
“Pode alguém vir a transformar-se sem o acesso ao esclarecimento, sem a tomada de consciência crítica e/ou sem ser capaz de aprender a pensar, além de somente (por meio das instituições ditas educativas) aprender pensamentos, sob a forma de saberes enlatados que (como certa vez escreveu-nos Nietzsche) embrutecem os nossos pensamentos?
Esperamos que esse livro, assim como as dezenas de obras do autor, possa, de alguma forma, contribuir à formação de uma geração mais feliz, mais humana, fraterna, respeitosa de suas diferenças, consciente e emancipada intelectualmente.
O Leão & A Gazela: Dialética do Esclarecimento
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