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    O Livro dos Abraços

    Por Eduardo Galeano
    Existem 10 citações disponíveis para O Livro dos Abraços

    Sobre



    A BELEZA E A EMOÇÃO DOS "PEQUENOS MOMENTOS"

    Tratar a memória como coisa viva, bicho inquieto: assim faz Eduardo Galeano quando escreve. Sua memória pessoal e a nossa memória coletiva, da América. Quando escreve, ele mostra que a história pode ? e deve ? ser contada a partir de pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloqüência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida.

    Assim é este Livro dos abraços. Em suas andanças incessantes de caçador de histórias. Galeano vai ouvindo de tudo. O que de melhor ouviu ele transforma em livros como este, onde lembra como são grandes os pequenos momentos e como eles vão se abraçando, traçando a vida.

    A memória viva, diz Galeano, nasce a cada dia. Ele diz e demonstra, em livros como As Veias abertas da América Latina, Dias e noites de amor e de guerra, Os nascimentos, As caras e as máscaras, O século do vento e, agora, neste Livro dos abraços. Nada que possa ser dito numa apresentação é capaz de chegar perto da beleza e da emoção que estas páginas contêm. Abra este livro com cuidado: ele é delicado e afiado como a própria vida. Pode afagar, pode cortar. Mas seja como for, como a própria vida, vale a pena. - L±
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    Citações de O Livro dos Abraços

    se a uva é feita de vinho, talvez a gente seja as palavras que contam o que a gente é.

    O sistema, que não dá de comer, tampouco dá de amar: condena muitos à fome de pão e muitos mais à fome de abraços.

    Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador.

    burocracia/3 Sixto Martínez fez o serviço militar num quartel de  Sevilha. No meio do pátio desse quartel havia um banquinho. Junto ao banquinho, um soldado montava guarda. Ninguém sabia por que se montava guarda para o banquinho. A guarda era feita porque sim, noite e dia, todas as noites, todos os dias, e de geração em geração os oficiais transmitiam a ordem e os soldados obedeciam. Ninguém nunca questionou, ninguém nunca perguntou. Assim era feito, e sempre tinha sido feito. E assim continuou sendo feito até que alguém, não sei qual general ou coronel, quis conhecer a ordem original. Foi preciso revirar os arquivos a fundo. E depois de muito cavoucar, soube-se. Fazia trinta e um anos, dois meses e quatro dias, que um oficial tinha mandado montar guarda junto ao banquinho, que fora recém-pintado, para que ninguém sentasse na tinta fresca.

    A uva e o vinho Um homem dos vinhedos falou, em agonia, junto ao ouvido de Marcela. Antes de morrer, revelou a ela o segredo: – A uva – sussurrou – é feita de vinho. Marcela Pérez-Silva me contou isso, e eu pensei: se a uva é feita de vinho, talvez a gente seja as palavras que contam o que a gente é.    

    As palavras, guardadas em ve-  lhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas

    Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.

    A televisão mostra o que acontece? Em nossos países, a televisão mostra o que ela quer que aconteça; e nada acontece se a televisão não mostrar.

    Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada pelos demais.

    Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia.

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