Ascensão e queda de Ricardo Salgado.
Poucas vezes um banqueiro teve tanta influência sobre os destinos de um país como Ricardo Salgado.Ao longo de 20 anos, em todas as legislaturas, o BES foi o banco mais próximo do poder político ? e o que mais benefícios colheu da máquina do Estado.Sucederam-se os partidos, mas todos os governantes serviram o líder do clã Espírito Santo ou foram por ele servidos. Mas o ?O Último Banqueiro?, que sobreviveu à queda da Monarquia, a uma ditadura e a uma revolução caiu como uma maçã podre ? vítima dos erros próprios, e de uma economia agonizante. Ricardo Salgado demitiu-se no dia 20 de Junho de 2014. A data pouco importa, era uma morte anunciada. O BES tinha atingido o zénite da influência com o governo Sócrates, mas não resistiu à crise ? e teve de ser o próprio banqueiro a empurrar o país para os braços da troika. Com ela tornou-se muito mais rigoroso o escrutínio à banca; e chegaram dois ministros sem partido, Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira, pouco complacentes. As regras tinham mudado. E as antigas guerras de Salgado começaram a causar danos. Álvaro Sobrinho, o seu delfim, abriu uma frente de batalha mediática, expondo as fragilidades do grupo em Angola; a luta pelo controlo da Semapa, criou em Pedro Queiroz Pereira um inimigo terrível, e a vingança deste foi pôr a nu as fragilidades do banco.O BES, que esteve envolvido na maioria das PPP e privatizações (da Petrogal/Galp à ANA), que tinha participações estratégicas na PT e na EDP, que teve papel de relevo nas maiores OPAs e aquisições jamais feitas em Portugal, conhecia o outro reverso da medalha.Maria João Gago nasceu em Leiria, em 1973. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade em Lisboa, frequentou o Curso Avançado de Gestão Bancária, do Instituto de Gestão Bancária. É jornalista desde 1996, tendo passado pelo Público, Semanário, Expresso, O Independente, Diário Económico e Diário de Notícias. É redactora principal do Jornal de Negócios desde Maio de 2007.Maria João Babo nasceu no Porto em 1972. É licenciada em Comunicação Social pela Escola Superior de Jornalismo do Porto e pós?graduada em direito da comunicação pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Jornalista desde 1994, trabalhou em publicações como O Primeiro de Janeiro, Valor, Focus e O Independente. É desde 2006 jornalista do Jornal de Negócios, com as funções de redactora principal.
Poucas vezes um banqueiro teve tanta influência sobre os destinos de um país como Ricardo Salgado.Ao longo de 20 anos, em todas as legislaturas, o BES foi o banco mais próximo do poder político ? e o que mais benefícios colheu da máquina do Estado.Sucederam-se os partidos, mas todos os governantes serviram o líder do clã Espírito Santo ou foram por ele servidos. Mas o ?O Último Banqueiro?, que sobreviveu à queda da Monarquia, a uma ditadura e a uma revolução caiu como uma maçã podre ? vítima dos erros próprios, e de uma economia agonizante. Ricardo Salgado demitiu-se no dia 20 de Junho de 2014. A data pouco importa, era uma morte anunciada. O BES tinha atingido o zénite da influência com o governo Sócrates, mas não resistiu à crise ? e teve de ser o próprio banqueiro a empurrar o país para os braços da troika. Com ela tornou-se muito mais rigoroso o escrutínio à banca; e chegaram dois ministros sem partido, Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira, pouco complacentes. As regras tinham mudado. E as antigas guerras de Salgado começaram a causar danos. Álvaro Sobrinho, o seu delfim, abriu uma frente de batalha mediática, expondo as fragilidades do grupo em Angola; a luta pelo controlo da Semapa, criou em Pedro Queiroz Pereira um inimigo terrível, e a vingança deste foi pôr a nu as fragilidades do banco.O BES, que esteve envolvido na maioria das PPP e privatizações (da Petrogal/Galp à ANA), que tinha participações estratégicas na PT e na EDP, que teve papel de relevo nas maiores OPAs e aquisições jamais feitas em Portugal, conhecia o outro reverso da medalha.Maria João Gago nasceu em Leiria, em 1973. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade em Lisboa, frequentou o Curso Avançado de Gestão Bancária, do Instituto de Gestão Bancária. É jornalista desde 1996, tendo passado pelo Público, Semanário, Expresso, O Independente, Diário Económico e Diário de Notícias. É redactora principal do Jornal de Negócios desde Maio de 2007.Maria João Babo nasceu no Porto em 1972. É licenciada em Comunicação Social pela Escola Superior de Jornalismo do Porto e pós?graduada em direito da comunicação pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Jornalista desde 1994, trabalhou em publicações como O Primeiro de Janeiro, Valor, Focus e O Independente. É desde 2006 jornalista do Jornal de Negócios, com as funções de redactora principal.