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    O mundo em chamas

    Por Siri Hustvedt
    Existem 4 citações disponíveis para O mundo em chamas

    Sobre

    Indicado ao Man Booker Prize


    Siri Hustvedt volta ao mundo da arte nesta história de uma pintora de meia-idade que, cansada de ver seu trabalho ignorado só por ser mulher, decide atribuir sua autoria a homens.


    Harriet Burden, ou Harry, sempre foi apenas a esposa extremamente alta e um tanto desengonçada de um rico marchand. No mundo da arte, ela era um ninguém, ?um ninguém não reconhecido, grande e gordo?. Seu trabalho jamais seria aceito.

    Depois de anos sendo ignorada ou injustamente criticada, Harry toma uma atitude extrema: decide apresentar sua obra através de três ?máscaras?, homens jovens que assumiriam a autoria. As exposições são um sucesso absoluto.

    No entanto, quando Harry decide se revelar como a criadora por trás das criaturas, os críticos duvidam dela, especialmente quando uma de suas máscaras, o artista conhecido como Rune, nega sua participação criativa e a relega ao papel de mecenas.

    Apresentado como uma coletânea de textos compilados por um acadêmico depois da morte de Harriet Burden, O mundo em chamas é uma sucessão de trechos de diários, entrevistas, depoimentos e artigos jornalísticos, que dão voz a Harry, sua família, donos de galeria, críticos de arte, colunistas e outras pessoas que estiveram envolvidas de alguma forma nesta história.



    ?É raro encontrar uma protagonista feminina que se imponha de maneira tão grandiloquente como Harriet Burden, uma heroína que parece o herói de um romance de Philip Roth ou Saul Bellow.? - New York Times Book Review
    ?Um coro de vozes orquestrado com destreza, ao mesmo tempo brilhante e sombrio.? - Washington Post

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    Citações de O mundo em chamas

    Há uma tendência pronunciada em todas as artes de mitificar os mortos, com isso quero dizer a criação de narrativas redutivas para explicar a vida e obra dos artistas. Escrevo sobre arte há mais de quarenta anos e testemunhei isso inúmeras vezes. As razões para a simplificação com frequência são ideológicas, mas biografias sensacionalistas também apagam todas as nuances quando parecem se encaixar em um personagem e roteiro pré-configurado — herói ou heroína trágica, vítima, gênio. Ajuda a minar estes cenários de madeira.

    Passei para formas menos exaustivas de jornalismo, supostamente mais elevadas, mas descobri que o primata humano tem pouca variação. Dominar e devorar e derrubar quem está em seu caminho são características onipresentes da espécie, e cada pequeno bando humano tem a sua própria hierarquia e ciclos de trejeitos altamente divertidos, alimentados pela inveja. Voltei-me para as Páginas de Cultura de Nova York, cada vez em menor número, estrategicamente escritas para a quantidade decrescente de leitores médios, e escrevia artigos sobre filmes, arte, livros e música como freelancer. Eu fazia críticas e entrevistas. Como jornalista, eu sabia que era o meu tom que entregava o ouro; era isso que eles queriam, um tom de tédio e de superioridade que imitava as fantasias dos meus leitores de um sotaque britânico refinado e lhes garantia que eu era mais informado, assim como eles. Eu escrevia para envaidecê-los. Isto significava nunca, jamais fazer uma referência que eles não pudessem entender; qualquer coisa elevada demais era proibida. A ideia era passar a mão nas inseguranças deles, não ressaltá-las.

    Críticos de todas as estirpes gostam de se sentir superiores a uma obra de arte. Se ela os confunde ou intimida, é mais provável que a destruam.

    Como o meu interesse era mais na direção literária, mencionei a Harry que Murphy, de Beckett, tinha sido rejeitado quarenta e três vezes e chamei a sua atenção para as diversas histórias de jornalistas literários datilografando manuscritos de romances celebrados, enviando-os para editores e recebendo cartas padronizadas de rejeição (ou coisa pior) em troca. Sem a aura da grandiosidade, sem o selo da cultura elevada, do modismo ou da celebridade, o que sobrava? O que era gosto? Será que já existiu uma obra de arte que não ficou carregada de expectativa e preconceitos do espectador ou leitor ou ouvinte, por mais culta e refinada que seja?

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