"Mais terrível passou a me parecer então o destino das obras que nunca puderam de fato se concretizar ― seja porque seus atores morreram antes de poder realizá-las, como no caso da segunda parte de Os irmãos Karamázov, seja porque sua própria realização pressupunha como princípio uma impossibilidade lógica (como o encontro de dois artistas de épocas distintas ou a exposição de atos íntimos ou secretos que jamais aconteceram, ou ainda a concretização de obras ou personagens imaginárias). Passei a erigir então, a partir da sua própria inexistência constitutiva, as salas deste Museu de Alexandria ― edifício necessariamente lacunar, aberto e virtualmente infinito".
O museu de Alexandria
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