Uma das poucas peças de Martins Pena em três atos, O noviço gira em torno da deslealdade de Ambrósio, que se casa por interesse com Florência, rica viúva, mãe da jovem Emília, do menino Juca e tutora do sobrinho Carlos, este o personagem principal da peça. O vilão Ambrósio já havia convencido a mulher a colocar Carlos (o noviço) em um seminário. Agora, quer também internar Emília em um convento, pois ela se encontra em idade de casar e teria de receber um dote significativo da mãe. Igual destino aguarda o menino que deve se tornar frade. Assim, Ambrósio ficaria com toda a fortuna de Florência.
A partir desta premissa, desenrola-se a trama da crítica acerba ao patronato que obrigava os jovens a seguir uma carreira para a qual não estavam preparados e nem almejavam, toda ela resumida na fala de Carlos, no ato I, Cena VII:
"-O tempo acostumar! Eis aí por que vemos entre nós, tantos absurdos e disparates. Este tem jeito para sapateiro: pois vai estudar medicina... Excelente médico! Aquele tem inclinação para cômico: pois não senhor ,será político... Ora, ainda isso vá. Estoutro só tem jeito para caiador ou borrador: nada, é oficio que não presta... Seja diplomata, que borra tudo quanto faz. Aqueloutro chama-lhe toda a propensão para a ladroeira; manda o bom senso que se corrija o sujeitinho, mas isso não se faz: seja tesoureiro de repartição, fiscal, e se vão os cofres da nação à garra... Essoutro tem uma grande carga de preguiça e indolência e só serviria para leigo de convento, no entanto vemos o bom do mandrião empregado público, comendo com as mãos encruzadas sobre a pança o pingue ordenado, da nação."
A partir desta premissa, desenrola-se a trama da crítica acerba ao patronato que obrigava os jovens a seguir uma carreira para a qual não estavam preparados e nem almejavam, toda ela resumida na fala de Carlos, no ato I, Cena VII:
"-O tempo acostumar! Eis aí por que vemos entre nós, tantos absurdos e disparates. Este tem jeito para sapateiro: pois vai estudar medicina... Excelente médico! Aquele tem inclinação para cômico: pois não senhor ,será político... Ora, ainda isso vá. Estoutro só tem jeito para caiador ou borrador: nada, é oficio que não presta... Seja diplomata, que borra tudo quanto faz. Aqueloutro chama-lhe toda a propensão para a ladroeira; manda o bom senso que se corrija o sujeitinho, mas isso não se faz: seja tesoureiro de repartição, fiscal, e se vão os cofres da nação à garra... Essoutro tem uma grande carga de preguiça e indolência e só serviria para leigo de convento, no entanto vemos o bom do mandrião empregado público, comendo com as mãos encruzadas sobre a pança o pingue ordenado, da nação."