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    O olho e o espírito (Ensaios)

    Por Maurice Merleau-Ponty
    Existem 6 citações disponíveis para O olho e o espírito (Ensaios)

    Sobre



    Reunião dos três ensaios que Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) dedicou às artes visuais: ""O olho e o espírito"", ""A linguagem indireta e as vozes do silêncio"" e ""A dúvida de Cézanne"". O questionamento do modo como o nosso corpo sente, enxerga e se comunica com o mundo exterior é central na obra do autor. Para ele, a percepção é a via de acesso para a verdade. Assim, estes textos investigam a relação estreita entre a percepção, a pintura e outras formas de expressão. No posfácio, o crítico de arte Alberto Tassinari relaciona a metamorfose da percepção em expressão com conceitos presentes em obras de maior fôlego em que o intelectual trabalhava à época em que redigiu os ensaios. A edição traz também um caderno especial de imagens, com as obras de arte mencionadas pelo filósofo.


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    Citações de O olho e o espírito (Ensaios)

    O enigma consiste em meu corpo ser ao mesmo tempo vidente e visível.

    O olho vê o mundo, e o que falta ao mundo para ser quadro, e o que falta ao quadro para ser ele próprio, e, na paleta, a cor que o quadro espera; e vê, uma vez feito, o quadro que responde a todas essas faltas, e vê os quadros dos outros, as respostas outras a outras faltas.

    tratar todo ser como “objeto em geral”, isto é, ao mesmo tempo como se ele nada fosse para nós e estivesse no entanto predestinado aos nossos artifícios.

    Como se houvesse na ocupação do pintor uma urgência que excede qualquer outra urgência. Ele está ali, forte ou fraco na vida, mas incontestavelmente soberano em sua ruminação do mundo, sem outra “técnica” senão a que seus olhos e suas mãos oferecem à força de ver,

    O pintor “emprega seu corpo”, diz Valéry. E, de fato, não se percebe como um espírito poderia pintar. É oferecendo seu corpo ao mundo que o pintor transforma o mundo em pintura. Para

    É preciso que com meu corpo despertem os corpos associados, os “outros”, que não são meus congêneres, como diz a zoologia, mas que me frequentam, que frequento, com os quais frequento um único ser atual, presente, como animal nenhum frequentou os de sua espécie, seu território ou seu meio.

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