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    O processo

    Por Franz Kafka
    Existem 37 citações disponíveis para O processo

    Sobre

    O Processo conta a história de um homem que se vê envolvido num absurdo processo judicial sem que lhe seja dado qualquer tipo de explicação. Um magistral romance sobre a angústia, a impotência e a frustração do indivíduo numa sociedade opressora e burocratizada, temas recorrentes em toda a obra do autor.
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    Citações de O processo

    Talvez ninguém, entre nós, tenha o coração duro, talvez todos desejássemos oferecer a nossa ajuda, mas o nosso estatuto de funcionários da justiça dá-nos facilmente o ar de termos o coração duro e de não querermos ajudar ninguém.

    De qualquer modo, falam de coisas de que não compreendem nada. A sua firmeza é produto da sua estupidez.

    K. vivia no entanto num estado regido pelo Direito, a paz reinava em todo o lado, todas as leis estavam em vigor, quem ousava invadir-lhe a casa?

    Porque, na realidade, a lei não autoriza a defesa, tolera-a simplesmente;

    ALGUÉM CERTAMENTE HAVIA CALUNIADO JOSEF K. pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum.

    Quem era? Um amigo? Uma pessoa de bem? Alguém que participava? Alguém que queria ajudar? Era apenas um? Eram todos? Havia ainda possibilidade de ajuda? Existiam objeções que tinham sido esquecidas? Sem dúvida, estas existiam. A lógica, na verdade, é inabalável, mas ela não resiste a uma pessoa que quer viver. Onde estava o juiz que ele nunca tinha visto? Onde estava o alto tribunal ao qual ele nunca havia chegado? Ergueu as mãos e esticou todos os dedos. Mas na garganta de K. colocavam-se as mãos de um dos senhores, enquanto o outro cravava a faca profundamente no seu coração e a virava duas vezes. Com olhos que se apagavam, K. ainda viu os senhores perto de seu rosto, apoiados um no outro, as faces coladas, observando o momento da decisão. — Como um cão — disse K. Era como se a vergonha devesse sobreviver a ele.

    Não conseguia mais deixar de pensar no processo. Já tinha refletido com frequência se não seria bom redigir um documento de defesa e apresentá-lo ao tribunal.

    atraiu-a a si, beijou-a na boca, depois em todo o rosto, como um animal sedento bebe com a língua a água de uma nascente enfim descoberta. Por

    K. vivia no entanto num estado regido pelo Direito, a paz reinava em todo o lado, todas as leis estavam em vigor, quem ousava invadir-lhe a casa? Tinha

    Não torne a falar do perigo que corro, só receio o perigo quando quero. Venha.

    é da natureza desta justiça que sejamos condenados não só em completa inocência, mas ainda em completa ignorância da lei.

    Quando se viram pessoas que negligenciaram vergonhosamente o seu dever, aprende-se a ser paciente com as pessoas como o senhor. Sente-se.

    Não acredites em tudo o que eles dizem, o medo das chibatadas já os tornou um pouco idiotas. O

    Teria o seu corpo, por acaso, o intuito de revoltar-se e de preparar-lhe um novo processo, porque ele suportava o antigo com demasiada facilidade? Não

    para o suspeito, o movimento é melhor do que o repouso, pois aquele que repousa sempre pode estar, sem o saber, no prato de uma balança e ser pesado junto com seus pecados.

    K. tinha de considerar que o processo não era público; ele até poderia, se o tribunal considerasse necessário, tornar-se público, mas a lei não recomendava publicidade. Em razão disso, os autos do tribunal, sobretudo o auto de acusação, não eram acessíveis ao acusado e sua defesa; era por isso, aliás, que não se sabia, de modo geral, ou pelo menos não se sabia ao certo, contra o que a primeira petição deveria ser dirigida e também por isso ela apenas por acaso poderia conter algo que tivesse alguma importância no andamento do processo.

    Onde estava o juiz, que ele jamais havia visto? Onde estava o alto tribunal ao qual ele jamais havia chegado?

    O senhor pode objetar que sequer se trata de um processo, e terá toda a razão, pois apenas se tratará de um processo se eu o reconhecer como tal.

    Ora, K. vivia em um Estado de Direito, e por todos os lados imperava paz, todas as leis seguiam vigorando; quem poderia ousar cair sobre ele dentro de sua própria moradia?

    Trata-se aqui de duas coisas bem diferentes, daquilo que está escrito na lei e daquilo que eu fiquei sabendo pessoalmente, e isso o senhor não pode confundir. Na lei, ainda que eu não a tenha lido, está escrito, de um lado, que o acusado será absolvido; por outro lado lá não está escrito que os juízes possam ser influenciados. Mas eis que fiquei sabendo justamente o contrário disso.

    Sou o filho do zelador, meu senhor – respondeu o rapaz, que tirou o cachimbo da boca e pôs-se de lado.

    aqui, onde ele estava completamente

    o suspeito, o movimento é melhor do que o repouso, pois aquele que repousa sempre pode, sem o saber, estar no prato de uma balança e ser pesado junto com os seus pecados.

    Nos textos introdutórios à lei consta o seguinte, a respeito desse engano: Diante da lei está um porteiro. Um homem do campo dirige-se a este porteiro e pede para entrar na lei.

    A defesa, na verdade, não é realmente admitida pela lei, apenas tolerada, e há controvérsia até mesmo em torno da pertinência de deduzir essa tolerância a partir das respectivas passagens da lei. Daí não existirem, em sentido estrito, advogados reconhecidos pelo tribunal: todos os que comparecem diante dele como advogados são, no fundo, somente rábulas.

    K. ainda vivia num Estado de Direito, reinava paz em toda parte, todas as leis estavam em vigor, quem ousava cair de assalto sobre ele em sua casa?

    Uma organização que mobiliza não só guardas corrompíveis, inspetores e juízes de instrução pueris, no melhor dos casos simplórios, mas que, além disso, de qualquer modo, sustenta uma magistratura de grau elevado e superior, com o seu séquito inumerável e inevitável de contínuos, escriturários, gendarmes e outros auxiliares, talvez até de carrascos, não recuo diante dessa palavra. E que sentido tem essa grande organização, meus senhores? Consiste em prender pessoas inocentes e mover contra elas processos absurdos e na maioria das vezes infrutíferos, como no meu caso.

    Não conseguia mais deixar de pensar no processo. Já tinha refletido com frequência se não seria bom redigir um documento de defesa e apresentá-lo ao tribunal.

    ALGUÉM CERTAMENTE HAVIA CALUNIADO JOSEF K. pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum.

    K. vivia no entanto num estado regido pelo Direito, a paz reinava em todo o lado, todas as leis estavam em vigor, quem ousava invadir-lhe a casa? Tinha

    Quem era? Um amigo? Uma pessoa de bem? Alguém que participava? Alguém que queria ajudar? Era apenas um? Eram todos? Havia ainda possibilidade de ajuda? Existiam objeções que tinham sido esquecidas? Sem dúvida, estas existiam. A lógica, na verdade, é inabalável, mas ela não resiste a uma pessoa que quer viver. Onde estava o juiz que ele nunca tinha visto? Onde estava o alto tribunal ao qual ele nunca havia chegado? Ergueu as mãos e esticou todos os dedos. Mas na garganta de K. colocavam-se as mãos de um dos senhores, enquanto o outro cravava a faca profundamente no seu coração e a virava duas vezes. Com olhos que se apagavam, K. ainda viu os senhores perto de seu rosto, apoiados um no outro, as faces coladas, observando o momento da decisão. — Como um cão — disse K. Era como se a vergonha devesse sobreviver a ele.

    é da natureza desta justiça que sejamos condenados não só em completa inocência, mas ainda em completa ignorância da lei.

    atraiu-a a si, beijou-a na boca, depois em todo o rosto, como um animal sedento bebe com a língua a água de uma nascente enfim descoberta. Por

    Quando se viram pessoas que negligenciaram vergonhosamente o seu dever, aprende-se a ser paciente com as pessoas como o senhor. Sente-se.

    Não torne a falar do perigo que corro, só receio o perigo quando quero. Venha.

    Não acredites em tudo o que eles dizem, o medo das chibatadas já os tornou um pouco idiotas. O

    Teria o seu corpo, por acaso, o intuito de revoltar-se e de preparar-lhe um novo processo, porque ele suportava o antigo com demasiada facilidade? Não

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