"Uma das coisas que, nas recordações da juventude, ainda espiram para mim poesia e saudade é a imagem de um velho prior de aldeia que conheci na minha meninice. Hoje, tão bondosos, tão alegres, tão veneráveis, há-os por certo aí, e muitos: eu é que não sei conhecê-los. A auréola que então rodeava as cãs do sacerdote ancião desvaneceu-se pouco a pouco; desvaneceu-a a experiência do mundo, como tantas mil crenças e imaginações de outrora! Ele morreu já, por certo; mas, vivo que fosse, eu não sentiria ao vê-lo, ao falar-lhe, aquela espécie de alegria tímida, de confiança receosa que nesse tempo o bom do velho me inspirava. Parecia-me que, estando ao pé dele, estava mais perto de Deus, cujo valido, por assim dizer, era o padre-prior."
Texto segundo o Novo Acordo Ortográfico.
O Pároco da Aldeia
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