OBRA INÉDITA
Um dos temas mais importantes da filosofia na visão de um dos maiores pensadores do século XX
?O problema que nos interessa é o da subjetividade no âmbito da filosofia marxista.?
Foi com essa afirmação que Sartre, em 1961, a convite do Instituto Gramsci em Roma, iniciou o debate com os principais intelectuais e dirigentes da esquerda italiana, buscando responder à pergunta que o perseguia desde 1930: o que é a subjetividade?
Nesse encontro de três dias, além de oferecer um fino resumo de sua produção literária, Sartre desnudou o ?subjetivismo?, que assimila o sujeito à consciência que ele tem de si mesmo, bem como o ?objetivismo?, vulgata do materialismo dialético, que apenas vê na subjetividade o reflexo de uma posição de classe, dissolve o subjetivo no objetivo e reduz os seres humanos ao estatuto de personagens inconsistentes, representantes, sob diversas faces, de grandes estruturas impessoais.
Para Sartre, ao contrário, a subjetividade é indispensável ao conhecimento do social. Procurou mostrar isso com o seu método característico, que consiste em apresentar o objeto pesquisado sob a forma do estudo de casos, como o episódio do operário antissemita, o amor em Stendhal, o anarcossindicalismo e a personalidade do colega de Le Temps Modernes, Michel Leiris.
Na visão de Sartre, captar a subjetividade é compreender como as condições objetivas são interiorizadas e vividas, para assim explicar como é possível constituírem-se formas de práxis coletivas. A subjetividade é um ?universal singular?, um ?todo em perpétua totalização?, que se projeta ao se interiorizar e que se inventa ao se ignorar. Porque é no ?não saber? que a subjetivação encontra a sua origem.
Inédito no Brasil, O que é a subjetividade? traz uma importante discussão para a filosofia protagonizada por um dos maiores intelectuais do século XX.