O Rei, como ocorre em diversos exemplos históricos da realeza, sempre precisou transitar livremente entre os âmbitos sagrado e profano. Isso também ocorria nas monarquias medievais, e um exemplo eloquente está nas cortes portuguesas e castelhana dos séculos XIII e XIX, as quais antecipam movimentos de centralização que mais tarde seriam comuns à maioria dos países do ocidente europeu. Levando mais adiante esta investigação, veremos também que o Rei também precisava transitar através de outros âmbitos sociais no intuito de projetar plenamente a ideia de uma realeza onipresente a todos os aspectos da sociedade sobre a qual pretendia-se governar a partir deste novo modelo de sabedoria régia.
Além do próprio âmbito religioso, cumpre ao monarca se apresentar simultaneamente como representante da nobreza e representante do povo. É este último aspecto - a apropriação régia da cultura popular - que o presente livro examina a partir da poesia trovadoresca ibérica dos séculos XIII e XIV.
Além do próprio âmbito religioso, cumpre ao monarca se apresentar simultaneamente como representante da nobreza e representante do povo. É este último aspecto - a apropriação régia da cultura popular - que o presente livro examina a partir da poesia trovadoresca ibérica dos séculos XIII e XIV.