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    O segundo sexo

    Por Simone de Beauvoir
    Existem 12 citações disponíveis para O segundo sexo

    Sobre

    ?Pois, de O segundo sexo a A cerimônia do adeus, o empenho principal de Beauvoir foi o de construir uma nova identidade, sobretudo feminina, mas comum a todos na exigência da liberdade.? ? Folha de S. Paulo

    Provedora, vassala, acolhedora. Não importa como se apresenta, o lugar da mulher sempre foi definido pelo homem. Este configura a posição central na sociedade. O homem ? que tomou para si a definição de ?ser humano? ? relega à mulher uma posição secundária, um papel de coadjuvante na História. Foi a partir dessa constatação e da pergunta ?o que é uma mulher?? que a filósofa existencialista Simone de Beauvoir deu início à sua reflexão para escrever "O segundo sexo".

    A preocupação contudo não foi em equiparar um gênero a outro. Para ela, isso seria demasiado simplista, inclusive porque o homem é ?um ser absoluto?, enquanto a mulher ainda não o é. Simone de Beauvoir procurou compreender de que maneira a mulher ocupou, ou a fizeram ocupar, essa posição de ?segundo sexo? em diferentes sociedades, como ela se coloca no mundo e como contribui para essa configuração social.

    Livro que consagrou a autora na filosofia mundial e referência básica para o movimento feminista do século XX, "O segundo sexo" foi publicado originalmente em 1949, período turbulento de pós-guerra, quando sobretudo a Europa vivia um penoso processo de reestruturação e a França abria, aos poucos, espaço para as mulheres no campo social e político ? apenas em 1944 permitiu-se o voto feminino. Mas a obra não ficou datada: inaugurou um novo modelo de pensamento sobre a mulher na sociedade e tornou-se atemporal e definitiva.

    Nesta edição mais do que especial, reunimos os dois volumes que compõem integralmente o ensaio de Simone de Beauvoir. Um estudo minucioso e bem-organizado que aborda grandes pensadores da filosofia ocidental, de santo Agostinho a Hegel, Lévi-Strauss e Merleau-Ponty, entre tantos outros, e que permeia os diversos campos do conhecimento ? biologia, sociologia, psicanálise, história ?, dando-nos um panorama completo da condição feminina na sociedade.

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    Citações de O segundo sexo

    O laço que a une a seus opressores não é comparável a nenhum outro. A divisão dos sexos é, com efeito, um dado biológico, e não um momento da história humana.

    “Tudo o que os homens escreveram sobre as mulheres deve ser suspeito, porque eles são, a um tempo, juiz e parte”,

    Isso é o que caracteriza fundamentalmente a mulher: ela é o Outro dentro de uma totalidade cujos dois termos são necessários um ao outro.

    Nenhuma coletividade se define nunca como Uma sem colocar imediatamente a Outra diante de si.

    A humanidade é masculina, e o homem define a mulher não em si, mas relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo.

    É de acordo com essa perspectiva que Engels retraça a história da mulher em A origem da família. Essa história dependeria essencialmente da história das técnicas. Na Idade da Pedra, quando a terra era comum a todos os membros do clã, o caráter rudimentar da pá, da enxada primitiva, limitava as possibilidades agrícolas: as forças femininas estavam na medida do trabalho exigido pelo cultivo dos jardins. Nessa divisão primitiva do trabalho, os dois sexos já constituem, até certo ponto, duas classes; entre elas há igualdade. Enquanto o homem caça e pesca,

    Se o mínimo necessário não é superior às capacidades da mulher, ela torna-se igual ao homem no trabalho.

    é pelo elemento masculino que se opera a variação de situação necessária ao novo desabrochar da vida; é pelo elemento feminino que esse desabrochar se fixa em um organismo estável.

    a mulher permanece no lar. Mas as tarefas domésticas comportam um trabalho produtivo: fabricação dos vasilhames, tecelagem, jardinagem, e com isso ela desempenha um papel importante na vida econômica. Com a descoberta do cobre, do estanho, do bronze, do ferro, com o aparecimento da charrua, a agricultura estende seus domínios. Um trabalho intensivo é exigido para desbravar florestas, tornar os campos produtivos. O homem recorre, então, ao serviço de outros homens que reduz à escravidão. A propriedade privada aparece; senhor dos escravos e da terra, o homem torna-se também proprietário da mulher. Nisso consiste “a grande derrota histórica do sexo feminino”. Ela

    ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida de sua virilidade. Os que não se intimidam com seus semelhantes mostram-se também muito mais dispostos a reconhecer na mulher um semelhante.

    Mas outras pessoas igualmente bem informadas — e por vezes as mesmas — suspiram: “A mulher está se perdendo, a mulher está perdida.”

    Nenhuma coletividade se define nunca como Uma sem colocar imediatamente a Outra diante de si. Bastam

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