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    O teatro do bem e do mal

    Por Eduardo Galeano
    Existem 8 citações disponíveis para O teatro do bem e do mal

    Sobre



    "Como Heródoto, Galeano converte a história coletiva em oráculo."
    Gregory Rabassa, The Guardian

    Este livro traz textos escritos no estilo impecável e inimitável de Eduardo Galeano: misto de reflexão, conto, artigo e ensaio. Com ironia e bom humor, abordam questões cruciais de nossa época no plano social, econômico, político, militar e ecológico. Os assuntos tratados são atualíssimos, como o Oriente Médio, o futuro da água no planeta, o terrorismo e a busca pela felicidade. Sempre cheio de verve e de compaixão, Galeano esmiúça a evolução e a história humana, mostrando por que é considerado um dos mais importantes e originais pensadores da atualidade. - L±
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    Citações de O teatro do bem e do mal

    A beleza é bela se pode ser vendida, e a justiça é justa quando pode ser comprada.

    No Brasil, as empresas privadas de segurança formam um exército cinco vezes mais numeroso do que as Forças Armadas.

    Este é o setor mais dinâmico da economia no país mais injusto do mundo. Uma implacável cadeia produtiva: o Brasil produz injustiça que produz violência que produz medo que produz trabalho.

    “Não temos por que aceitar que um país se torne marxista pela irresponsabilidade de seu povo”.

    ESTE MUNDO É UM MISTÉRIO Um grupo de extraterrestres visitou recentemente nosso planeta. Eles queriam nos conhecer, por mera curiosidade ou sabe-se lá com que ocultas intenções. Os extraterrestres começaram por onde deviam começar. Iniciaram a expedição estudando o país que é o número um em tudo, número um até nas linhas telefônicas internacionais: o poder obedecido, o paraíso invejado, o modelo que o mundo inteiro imita. Começaram por ali, tratando de entender o mandachuva para depois entender todos os outros. Chegaram em tempo de eleições. Os cidadãos acabavam de votar e o prolongado acontecimento havia mantido o mundo todo em suspenso. A delegação extraterrestre foi recebida pelo presidente que saía. A entrevista teve lugar no Salão Oval da Casa Branca, reservado exclusivamente aos visitantes do espaço sideral, para evitar escândalos. O homem que concluía seu mandato respondeu às perguntas sorrindo. Os extraterrestres queriam saber se no país vigorava um sistema de partido único, pois tinham ouvido na tevê apenas dois candidatos e os dois diziam a mesma coisa. E tinham também outras inquietudes: Por que demoraram mais de mês para contar os votos? Aceitariam os senhores nossa ajuda para superar este atraso tecnológico? Por que sempre vota apenas a metade da população adulta? Por que a outra metade nunca se dá o trabalho? Por que ganha aquele que chega em segundo? Por que perde o candidato que tem 328.696 votos de vantagem? A democracia não é o governo da maioria? E outro enigma os preocupava: por que os outros países aceitam que este país lhes tome a lição de democracia, dite-lhes normas e lhes vigie as eleições? As respostas os deixaram ainda mais perplexos. Mas continuaram perguntando: Aos geógrafos: por que se chama América este país que é um dos muitos países do continente americano? Aos dirigentes esportivos: por que se chama Campeonato Mundial (World Series) o torneio nacional de beisebol? Aos chefes militares: por que o Ministério da Guerra se chama S

    Hélio Luz, que até há pouco foi Chefe de Polícia no Rio, lembrou recentemente, numa entrevista, que a polícia brasileira não nasceu para proteger os cidadãos: foi criada, em 1808, para controlar os escravos.

    É uma antiga lenda chinesa. Na hora de ir para o trabalho, um lenhador dá falta do machado. Observa seu vizinho: tem o aspecto típico de um ladrão de machados, o olhar e os gestos e o modo de falar de um ladrão de machados. Mas o lenhador encontra sua ferramenta, que estava caída por ali. E quando torna a observar seu vizinho, constata que não se parece nem um pouco com um ladrão de machados, nem no olhar, nem nos gestos, nem no modo de falar.

    Enquanto comiam pasto e alfafa, durante milhares de anos, as vacas se comportaram com uma cordura exemplar e aceitaram, resignadas, seu destino. Assim foi, até que o louco sistema que nos rege decidiu obrigá-las ao canibalismo. As vacas comeram vacas, engordaram mais, deram à humanidade mais carne e mais leite, foram felicitadas por seus donos e aplaudidas pelo mercado – e acabaram loucas. O assunto deu origem a muitas piadas, até que começou a morrer gente. Um morto, dez, vinte, cem…

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