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    O tempo é um rio que corre

    Por Lya Luft
    Existem 12 citações disponíveis para O tempo é um rio que corre

    Sobre



    Lya Luft lança um poderoso livro, que faz o leitor refletir sobre nosso mais precioso bem: o tempo. Logo no título a força e a beleza do texto se anunciam. O tempo é um rio que corre ininterruptamente, afinal, da nascente até a foz, não há desembocadura que pare o rio e seu curso de água natural. Sempre caudaloso, torrencial, porém jamais imóvel. Se só o título já suscita tanta reflexão, é certo que essa leitura tem capacidade de mudar a vida e o pensamento de muita gente.

    Ao mesclar memória e reflexões sobre a passagem do tempo, Lya cria um pungente ensaio sobre as relações humanas, a infância, a juventude, o amadurecimento e a morte, e o valor da vida, temas e inquietações que são sua especialidade. O livro é divido em três partes ? Águas mansas, Marés altas e A embocadura do rio, mostrando como é a passagem do tempo nas diferentes etapas da vida e buscando caminhos para usufruir o que há de melhor em cada uma delas. Em uma era marcada pela suposta falta de tempo, esta obra é uma importante reflexão sobre a cultura da futilidade e da eterna juventude em que vivemos.
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    Citações de O tempo é um rio que corre

    Viver é estar num campo de batalha, as metralhadoras disparando o tempo todo. Atingem desconhecidos, ou alguém bem longe, mais próximo, ou no nosso lado. Um dia os atingidos seremos nós.

    Uma coisa não podemos perder, e se perdemos vamos recuperar, e se nunca tivemos é preciso aprender: o humor, sem o qual tudo acaba com cheiro de naftalina em armários longamente fechados.

    Se tivéssemos consciência de que estamos em transformação, de que tudo é passageiro e pode acabar em alguns minutos — ou anos, ou décadas que seja —, não suportaríamos a pressão, não haveria espaço emocional para viver com certa normalidade.

    Sofremos com alguns enganos consagrados, como: “O trabalho enobrece.” O trabalho não enobrece, pode ajudar a dar sentido à vida, a sustentar uma existência digna, ou pode embrutecer. O que nos enobrece são pensamentos e atos nobres, o que é difícil.

    Quando pensei que estava tudo cumprido, havia outra surpresa: mais uma curva do rio, mais riso, mais pranto. Quando calculei que tudo estava pago, anunciaram-se novas dívidas e juros, o amor e o desafio. Quando achei que estava serena, os caminhos se espalmaram como dedos de espanto em cortinas aflitas. E eu espio, ainda que o olhar seja grande e a fresta pequena.

    Porque tudo se vai e se transforma, eventualmente nos damos conta da importância máxima das coisas mínimas. É como escutar, num segundo de vigília no meio do sono, a respiração do mar.

    O tempo transforma, a memória preserva, a morte ao fim absorve. (Ou devo escrever “absolve”?)

    Cada um de nós precisa (mas ninguém nos explica isso) escrever o roteiro de sua existência dando-lhe sentido nos espaços brancos e nas entrelinhas das fatalidades e dos acasos (nos quais eu não acredito).

    Como amadurecer sem perder a graça, sem ficar embotado, sem sucumbir ao tédio da rotina com que nos enrolamos feito um cobertor que abafa as inquietações, as dores e os maravilhamentos? E

    Se alguém na velhice é realmente só, sem ninguém, nem vizinho, nem conhecido, nem parente, nem mesmo o quitandeiro da esquina com quem falar, me perdoem: a não ser que uma tragédia tenha devastado sua vida sem deixar pedra sobre pedra, possivelmente faltou cultivar interesses e afetos, em vez de esperar por eles como obrigação alheia. A vida não nos deve nada.

    Porque o tempo passa é que tudo se torna tão precioso. Porque estamos sempre nos despedindo — dessa luz, dessa paisagem, dessa rua, desse rosto, desse momento, e de nós mesmos nesse momento —, tudo assume uma extraordinária importância. Não é coisa para sentirmos constantemente, mas nas horas em que a alma se expande saímos do fútil para o singular — e vemos como somos especiais.

    Como amadurecer sem perder a graça, sem ficar embotado, sem sucumbir ao tédio da rotina com que nos enrolamos feito um cobertor que abafa as inquietações, as dores e os maravilhamentos? E ao nosso encalço corre o espectro traiçoeiro de acabarmos sensatos demais: temerosos, quando para viver é preciso uma dose de audácia e fervor. Em que medida? Ninguém tem a resposta.

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