Encontro na escrita a maneira de dizer, com a maior lealdade possível, tudo aquilo que paira na mente de um cérebro que, segundo dizem, comporta uma Paralisia Cerebral, doença chata, desviante duma vida dita ?normal?, que me obriga a enfrentar limitações físicas estranhas para quem me olha e não me conhece. Contudo, penso que o meu cérebro é tudo menos um órgão vital paralisado, uma vez que revela actividade permanente num quotidiano que não me é fácil. Nunca o foi e jamais o será.
O tempo meteorológico pode até ser benéfico para me trazer o sol e sua energia, a natureza verde, o mar escondido, o azul do céu e dum norte português do qual tanto me orgulho. Mas o tempo cronológico vai sendo mesmo o meu maior inimigo. É ele que me vai tirando os sonhos, os maiores, os que me faziam ser ainda mais diferente. Rouba-me sentimentos, emoções, paixões platónicas e a ténua chama de um Dragão que ainda me faz vibrar. Tempo que vai desgastando o dedo indicador do meu trabalho e construção de versos, que escurece um dia-a-dia que já foi menos acinzentado. Tempo esse que também faz questão de envelhecer o motor da minha vida, quem me diz mais e quem me ama ? a minha mãe.
Este livro será mais do que poesia porque não sei se sou poeta ou se, algures no tempo, chegarei a sê-lo. Revela ser mais um poço de confissões e desabafos que surgem da necessidade de comunicar sem que haja um receptor humano, que me olhe nos olhos e ouça a minha voz, por vezes, imperceptível. Versos soltos que ocorrem em momentos de reflexão, solidão, coerentes ou dementes, achados ou perdidos, saudáveis ou doentes, amorosos ou depressivos, presentes ou ausentes dum mundo que não vai sendo o meu, apenas é nele que vivo.
O tempo meteorológico pode até ser benéfico para me trazer o sol e sua energia, a natureza verde, o mar escondido, o azul do céu e dum norte português do qual tanto me orgulho. Mas o tempo cronológico vai sendo mesmo o meu maior inimigo. É ele que me vai tirando os sonhos, os maiores, os que me faziam ser ainda mais diferente. Rouba-me sentimentos, emoções, paixões platónicas e a ténua chama de um Dragão que ainda me faz vibrar. Tempo que vai desgastando o dedo indicador do meu trabalho e construção de versos, que escurece um dia-a-dia que já foi menos acinzentado. Tempo esse que também faz questão de envelhecer o motor da minha vida, quem me diz mais e quem me ama ? a minha mãe.
Este livro será mais do que poesia porque não sei se sou poeta ou se, algures no tempo, chegarei a sê-lo. Revela ser mais um poço de confissões e desabafos que surgem da necessidade de comunicar sem que haja um receptor humano, que me olhe nos olhos e ouça a minha voz, por vezes, imperceptível. Versos soltos que ocorrem em momentos de reflexão, solidão, coerentes ou dementes, achados ou perdidos, saudáveis ou doentes, amorosos ou depressivos, presentes ou ausentes dum mundo que não vai sendo o meu, apenas é nele que vivo.
