O tempo é o protagonista destes poemas aqui reunidos por Renato Saldanha Lima dentre os inúmeros que produziu durante esses 30 anos nos quais se aventura na arte de juntar palavras em versos, escolhidos como por quem pretende acertar as contas com esse senhor que nos governa. Sim, porque o tempo nos contém e está contido em nós e, aqui, ora figura como nosso melhor amigo, aquele que tudo cura, ora como nosso torturador, carrasco, que nos acena trazendo na mão a sentença capital. Talvez não haja tema mais pertinente que este para nós, singelos mortais. Como conceber a existência sem o tempo? Nascemos para o tempo, vivemos no tempo e morremos, quando não temos mais tempo... Aqui, o homem, por meio dos poemas, acerta as contas, as horas, os ponteiros. Ele é o relojoeiro que pensa ter controle total sobre as horas da vida. Ele é o prisioneiro que já não é mais dono do seu tempo, mas se sabe livre, por meio do pensamento. Ele é o corredor que acredita correr na medida certa da dor e do prazer. Ele é o homem que tem tempo para sonhar, amar, enlouquecer, dormir de novo, acordar e deixar o tempo passar... É o homem que quer parar o tempo no momento do beijo. Que reivindica o seu direito ao tempo, ao seu tempo, e, ao mesmo tempo, tenta aceitar que não há como travar uma batalha com a realidade de que o tempo já passou, que cada segundo é ontem, e que assim vai continuar a passar, inexoravelmente Seguimos juntos nessa viagem, celebrando este átimo de vida, acompanhados pela pergunta que o poeta não nos deixa olvidar: "Quantos dias durarão as próximas horas?" u.h. lautert
O Último Segundo é Ontem
Sobre
Talvez você seja redirecionado para outro site