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    O último voo do flamingo

    Por Mia Couto
    Existem 13 citações disponíveis para O último voo do flamingo

    Sobre

    Mia Couto é um dos escritores africanos de maior destaque da atualidade. O último voo do flamingo, publicado originalmente em 2000, é seu quarto romance, e foi lançado quando Moçambique comemorava 25 anos de independência de Portugal.

    Depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária, Tizangara, ao sul do país, onde militares da ONU começam a explodir subitamente.

    O autor elabora uma crítica ácida aos semeadores da guerra e da miséria, mas também uma história em que poesia e esperança dependem da capacidade narrativa de contar a própria história com vozes africanas autênticas. Só elas sabem que o vôo do flamingo faz o sol voltar a brilhar depois de um período de trevas e opressão.

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    Citações de O último voo do flamingo

    A morte é uma brevíssima varanda. Dali se espreita o tempo como a águia se debruça no penhasco — em volta todo o espaço se pode converter em esplêndida voação.

    Não vê os rios que nunca enchem o mar? A vida de cada um também é assim: está sempre toda por viver.

    Morreram milhares de moçambicanos, nunca vos vimos cá. Agora, desaparecem cinco estrangeiros e já é o fim do mundo?

    Se temos voz é para vazar sentimento. Contudo, sentimento demasiado nos rouba a voz.

    Conhece a diferença entre o sábio branco e o sábio preto? A sabedoria do branco mede-se pela pressa com que responde. Entre nós o mais sábio é aquele que mais demora a responder. Alguns são tão sábios que nunca respondem.

    Seis soldados das Nações Unidas tinham-se eclipsado, não deixando nenhum traço senão um rio de delirantes boatos. Como podiam soldados estrangeiros dissolver-se assim, despoeirados no meio das Áfricas, que é como quem não diz, no meio de nada?

    Buraco de tiro é como ferrugem: nunca envelhece.

    Ana Deusqueira se aproximou dele e disse: — Morreram milhares de moçambicanos, nunca vos vimos cá. Agora, desaparecem cinco estrangeiros e já é o fim do mundo?

    Na tradição daquele lugar, os flamingos são os eternos anunciadores de esperança.

    Sem que desse conta eu me abria e confessava antigas lembranças ao estrangeiro. Vantagem de um estranho é que confiamos essa mentira de termos uma só alma.

    No estuário onde meu velho deitara seu existir eu inventava minha nascente.

    O que não pode florir no momento certo acaba explodindo depois.

    Aqueles caminhos tinham serviços que não eram os mesmos das ruas urbanas: pareciam feitos apenas para passarem sonhos e poentes.

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