"Oríon" é o segundo romance de uma trilogia iniciada com "Ursamaior". Não se pense que é o seguimento do romance anterior. Muito pelo contrário. "Oríon" passa-se na floresta tropical de São Tomé e Príncipe, para onde foram deportadas inúmeras crianças judias, no séc. XV. O episódio é pouco conhecido (é referido pelos cronistas Garcia de Resende e Damião de Góis), mas chamou a atenção de Mário Cláudio, que fez dele uma reflexão "sobre as relações entre uma minoria e o poder" (entrevista a Valdemar Cruz, Expresso, 15/03/03). É esse o ponto de contacto com o romance anterior, tal como o facto de se tratar de novo de uma constelação (esta, de grande importância para os judeus), e de os personagens derem de novo 7. Abel é o narrador e o seu "discurso é impregnado pela febre tropical" (mesma entrevista), de que ressalta uma grande carga erótica, uma grande intensidade de vida (" Quem teve a experiência de viver num contexto tropical apercebe-se de que os sentidos funcionam no máximo da sua intensidade. Necessariamente que esses impulsos, que são básicos, tal como a voracidade, que também aparece - porque o estômago e o sexo são o sustentáculo da vida humana - , surgem com muita força." - mesma entrevista).
Oríon
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