O cineasta, jornalista, escritor e diretor teatral Orlando Senna esteve envolvido em praticamente todos os movimentos culturais das quatro últimas décadas, desde o Cinema Novo até a assim chamada Retomada, passando pelo Cinema Marginal e pelo Tropicalismo. Essa trajetória impressionante é narrada pelo próprio Senna, em depoimento ao escritor, documentarista e diretor de TV Hermes leal, em O Homem da Montanha. No livro, estão, por exemplo, os percalços pelos quais o cineasta passou com a Ditadura Militar por conta de filmes como Iracema - Uma Transa Amazônica e Gitirana, co-dirigidos por Jorge Bodansky, nos quais é ignorada a fronteira entre ficção e documentário para uma melhor imersão na realidade brasileira à época da repressão. São, como se costuma dizer, mergulhos num 'Brasil profundo' em uma época onde apenas a superficialidade é aceitável. Segundo Hermes Leal, a história narrada em O Homem da Montanha é uma história épica, iniciada no interior da Bahia e que se espalha pelo Brasil e pelo mundo, cheia de coadjuvantes de peso (Glauber Rocha, Jorge Amado, Gabriel Garcia Márquez, Darcy Ribeiro e outros) e de lances dignos de filmes de suspense. Assim, o leitor é apresentado à trajetória impressionante e riquíssima de um verdadeiro homem de cinema, alguém que, além de realizar filmes, sempre lutou pela viabilização do audiovisual brasileiro, criando escolas, oficinas e cursos e trabalhando por políticas de incentivo.
Orlando Senna
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