Os amigos de sempre é o tipo de romance que desperta ou amor ou ódio visceral. Por isso, a autora Maria Montillarez escreveu o Prólogo pro-réu: [...] Escrevi esta [...] conforme as impressões que o real me causou. Num momento eu estava perdida entre o real e o imaginário, noutro embebida daquele viço vicioso de ser homem jamanta, pois o macho brasileiro é especial em seu modo de ver o mundo; ele pode ir de um extremo ao outro, sem mais delongas ou explicações. Já ouvi que a culpa é do clima tropical. Nada mais inverossímil do que isso. Nada mais cômodo do que justificar a história de opressões contra a mulher atribuindo a culpa ao clima. Se assim o fosse, o que dizer dos países gélidos com seus machistas seculares? De todo modo, o leitor é dono das interpretações que fizer daquilo que ler. E, citando Gonçalves de Magalhães: ... não se compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada paixão requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e períodos explicativos (Suspiros Poéticos e Saudades, 1836). Magalhães se antepunha à crítica e disse mais: Eis as necessárias explicações para aqueles que lêem[sic] de boa fé, e se aprazem de colher uma pérola no meio das ondas; para aqueles, porém, que com olhos de prisma tudo decompõem, e como as serpentes sabem converter veneno até o néctar das flores, tudo é perdido; o que poderemos nós dizer-lhes?... Eis uma pedra onde afiem suas presas; mais uma taça onde saciem sua febre de escárnio. (idem, ibidem).
Façam suas apostas antes de iniciarem a leitura!
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