Os limites do capital
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Mas as formas mais tradicionais de luta são difíceis de articular, dada a incrível volatilidade do capitalismo contemporâneo, a evidente diminuição da soberania dos Estados individuais sobre suas questões econômicas e a redefinição da ação do Estado em torno da necessidade de cultivar um bom clima de negócios para atrair o investimento.
Longe da “eutanásia do rentista”, vislumbrada por Keynes, o poder de classe está cada vez mais articulado mediante os pagamentos pelo arrendamento.
O único consenso parece ser de que o significado do Estado mudou dramaticamente nos últimos trinta anos e que o principal agente de pressão nessa mudança foi algo chamado “globalização”
“Crise” é o nome que se dá às fases de desvalorização e destruição dos excedentes de capital que não podem ser lucrativamente absorvidos.
Essa categoria é crucial para a interpretação do capitalismo neoliberal e das formas contemporâneas do capitalismo.
As soluções que emergiram vitoriosas (embora muito desigualmente) das confusões da década de 1970 estavam amplamente associadas às linhas neoliberais, ou ao chamado “livre mercado”, em que o capital financeiro (em parte devido ao problema do petrodólar) preponderava. Essa vitória não era de forma alguma inevitável e, como agora se torna cada vez mais claro, não ocorreu sem suas próprias contradições e instabilidades internas, tanto políticas quanto econômicas. Mas uma consequência da neoliberalização tem sido altamente previsível. No Livro I d’O capital, Marx mostra que quanto mais uma sociedade se adapta a uma economia desregulada, de livre mercado, mais a assimetria de poder entre aqueles que controlam e aqueles excluídos do controle dos meios de produção produzirá uma “acumulação de riqueza num polo” e uma “acumulação de miséria, o suplício do trabalho, a escravidão, a ignorância, a brutalização e a degradação moral no polo oposto”[1]. Três décadas de neoliberalização produziram precisamente esse resultado desigual. Um argumento plausível pode ser construído, como procurei mostrar em O neoliberalismo: história e implicações, de que as principais facções da classe capitalista fizeram isso desde o início da agenda neoliberalizadora. A elite da classe capitalista emergiu do tumulto da década de 1970, restaurando, consolidando e, em alguns casos, reconstituindo o seu poder no mundo todo. Essa guinada política – a restauração e reconstituição do poder de classe – é tão importante que merece alguns comentários mais detalhados. O poder de classe é, em si, evasivo por ser uma relação social que se esquiva da avaliação direta. Mas uma condição visível e necessária (embora de modo algum suficiente) para o seu exercício é a acumulação de renda e riqueza em poucas mãos. A existência dessas acumulações e concentrações já se fazia notar nos relatórios das Nações Unidas em meados da década de 1990. Comprovou-se então que o patr