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    Os Maias: Edição comentada (Clássicos Zahar)

    Por Eça de Queirós
    Existem 10 citações disponíveis para Os Maias: Edição comentada (Clássicos Zahar)

    Sobre

    Obra máxima de Eça de Queirós e um marco da literatura portuguesa, Os Maias envolve o leitor na irresistível atmosfera da Lisboa de fins do século XIX.

    Com apresentação, centenas de notas, cronologia e ilustrações inéditas em livro realizadas pelo arquiteto Wladimir Alves de Souza, no contexto do Clube do Eça, seleto grupo existente no Rio de Janeiro nos anos 1950.

    Nessa saga familiar, os personagens vivem as aspirações, conflitos e paixões que refletem as forças transformadoras da sociedade em Portugal e no mundo então.

    As intrigas e os acontecimentos que cercam o velho Afonso da Maia, seu neto Carlos Eduardo - que vive um amor impossível com Maria Eduarda -, João da Ega, o conde de Gouvarinho e outras figuras tornaram-se verdadeiros símbolos de uma nação que debatia seu próprio destino e fracassava em construí-lo.

    A ironia, o sentimentalismo e a crítica mordaz são alguns dos componentes fundamentais da grandiosidade literária de Eça de Queirós, que se completa na criação de seus personagens e na construção novelística, na descrição comovente e dramática da vida e da sociedade de seu tempo.
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    Citações de Os Maias: Edição comentada (Clássicos Zahar)

    Num país em que a ocupação geral é estar doente, o maior serviço patriótico é incontestavelmente saber curar.

    Nada desejar e nada recear… Não se abandonar a uma esperança — nem a um desapontamento. Tudo aceitar, o que vem e o que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudanças de dias agrestes e de dias suaves. E, nesta placidez, deixar esse pedaço de matéria organizada que se chama o Eu ir-se deteriorando e decompondo até reentrar e se perder no infinito universo… Sobretudo não ter apetites. E, mais que tudo, não ter contrariedades.

    O português nunca pode ser homem de ideias, por causa da paixão da forma. A sua mania é fazer belas frases, ver-lhes o brilho, sentir-lhes a música. Se for necessário falsear a ideia, deixá-la incompleta, exagerá-la, para a frase ganhar em beleza, o desgraçado não hesita… Vá-se pela água abaixo o pensamento, mas salve-se a bela frase.

    O que prova que neste lindo mundo ou tem de se ser insensato ou sem sabor…

    Eu quero que o rapaz seja virtuoso por amor da virtude e honrado por amor da honra; mas não por medo às caldeiras de Pero-Botelho, nem com o engodo de ir para o reino do céu…

    ele desejava habitar sob tetos tradicionalmente seus; se eram necessárias obras, que se fizessem e largamente; e enquanto a lendas e agouros, bastaria abrir de par em par as janelas e deixar entrar o sol.

    Era uma manhã muito fresca, toda azul e branca, sem uma nuvem, com um lindo sol que não aquecia, e punha nas ruas, nas fachadas das casas, barras alegres de claridade dourada. Lisboa acordava lentamente: as saloias ainda andavam pelas portas com os seirões de hortaliças; varria-se devagar a testada das lojas: no ar macio morria a distância um toque fino de missa.

    Eu, se esse Craveirote não fosse um raquítico, talvez me entretivesse a rolá-lo aos pontapés por esse Chiado abaixo, a ele e à versalhada, a essa lambisgonhice excrementícia com que seringou Satanás! E depois de o besuntar bem de lama, esborrachava-lhe o crânio!

    — Falhamos a vida, menino! — Creio que sim… Mas todo o mundo mais ou menos a falha. Isto é, falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com a imaginação. Diz-se: “Vou ser assim porque a beleza está em ser assim.” E nunca se é assim, é-se invariavelmente “assado”, como dizia o pobre marquês. Às vezes melhor, mas sempre diferente.

    A política! Isso tornara-se moralmente e fisicamente nojento, desde que o negócio atacara o constitucionalismo como uma filoxera! Os políticos hoje eram bonecos de engonços, que faziam gestos e tomavam atitudes porque dois ou três financeiros por trás lhes puxavam pelos cordéis… Ainda assim podiam ser bonecos bem recortados, bem envernizados. Mas qual! Aí é que estava o horror. Não tinham feitio, não tinham maneiras, não se lavavam, não limpavam as unhas… Coisa extraordinária, que em país algum sucedia, nem na Romênia, nem na Bulgária! Os três ou quatro salões que em Lisboa recebem todo o mundo, seja quem for, largamente, excluem a maioria dos políticos. E por quê? Porque as senhoras têm nojo!

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