?São muitos os estudos da psicologia das crianças. Estudamos as crianças para ensiná-las a maneira adulta de ser. Não conheço estudos que tenham por objetivo o contrário: ensinar aos adultos a maneira de voltar a ser criança.? Rubem Alves escreveu isso em seu livro ?Do universo à jabuticaba?, que claro faz jus ao autor. Mas não é dele que vamos falar hoje. Falemos, pois, de Ana Rosa Vieira e suas setenta crônicas sobre efemeridade e a briga da mulher que não quer deixar a criança interior morrer ? ou seria o contrário?
Não há nada mais efêmero que ser criança, ver tudo passar tão rápido que nem a memória consegue agarrar devidamente. Aqui estão, na verdade, setenta lembretes. Uma vida fadada ao momento. É isso que todos temos. Tudo é efêmero, e seria prudente não esquecer isto, pelo seu bem e, por que não, pelo bem dos outros. Em seus bons e completos 27 anos de idade, a autora já viveu mais coisas que outros talvez venham a experimentar em uma vida. Imagine que empáfia não saber respeitar isso?
Cada linha deste livro é uma briga por controle. A mulher e a criança interna tentando descobrir quem manda. E o que fica claro é que ambas discursam bem, são eloquentes e têm razão. Ah, e na realidade trabalham muito bem juntas. Penso até que esse livro é como aquela caixinha de sapato cheia de lembranças, colecionadas no decorrer da vida. É a menina de ontem coletando momentos, para salvar a mulher de amanhã. É a criança se mantendo viva como pode. Ajudando no que precisa. Estando ali contra o bicho-papão, o mundo e o medo do tempo, que persiste em correr sempre mais rápido. É esse justamente o papel da nossa criança interior, ser mais corajosa do que somos realmente. É nos empurrar quando já não se tem mais forças nem motivação.
Esse livro não foi escrito para você saber mais sobre efemeridade, e sim para não esquecer-se do quanto ela é importante. Uma vez, quando pequena, Ana Rosa Vieira resolveu brincar com as palavras e nunca mais parou. Fez bem. Sorte nossa.
Roger Busetti*
*Acadêmico de Jornalismo
Não há nada mais efêmero que ser criança, ver tudo passar tão rápido que nem a memória consegue agarrar devidamente. Aqui estão, na verdade, setenta lembretes. Uma vida fadada ao momento. É isso que todos temos. Tudo é efêmero, e seria prudente não esquecer isto, pelo seu bem e, por que não, pelo bem dos outros. Em seus bons e completos 27 anos de idade, a autora já viveu mais coisas que outros talvez venham a experimentar em uma vida. Imagine que empáfia não saber respeitar isso?
Cada linha deste livro é uma briga por controle. A mulher e a criança interna tentando descobrir quem manda. E o que fica claro é que ambas discursam bem, são eloquentes e têm razão. Ah, e na realidade trabalham muito bem juntas. Penso até que esse livro é como aquela caixinha de sapato cheia de lembranças, colecionadas no decorrer da vida. É a menina de ontem coletando momentos, para salvar a mulher de amanhã. É a criança se mantendo viva como pode. Ajudando no que precisa. Estando ali contra o bicho-papão, o mundo e o medo do tempo, que persiste em correr sempre mais rápido. É esse justamente o papel da nossa criança interior, ser mais corajosa do que somos realmente. É nos empurrar quando já não se tem mais forças nem motivação.
Esse livro não foi escrito para você saber mais sobre efemeridade, e sim para não esquecer-se do quanto ela é importante. Uma vez, quando pequena, Ana Rosa Vieira resolveu brincar com as palavras e nunca mais parou. Fez bem. Sorte nossa.
Roger Busetti*
*Acadêmico de Jornalismo
