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    Para ser escritor

    Por Charles Kiefer
    Existem 15 citações disponíveis para Para ser escritor

    Sobre

    Um livro que desvenda o processo criativo da escrita e orienta o leitor sobre como realizar o seu sonho de se tornar escritor. Muitos buscam ensinar como escrever, mas dentre eles, poucos os que realmente alcançaram, na prática, êxito literário. Escritor consagrado, publicado também na França e em Portugal e ganhador de diversos prêmios (inclusive dois Jabutis), Charles Kiefer, nesta obra, repete na escrita a forma de atuação do escritor-professor em sala de aula. As variadas facetas do processo criativo, os mecanismos de funcionamento do sistema literário e os problemas éticos e sociais da vida autoral são discutidos com rigor e ternura.
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    Citações de Para ser escritor

    diálogo é o tour-de-force de qualquer ficcionista. A melhor forma de aprendê-lo é ler as melhores peças da dramaturgia ocidental e examinar atentamente os autores que sabem reproduzir a conversação com naturalidade.

    arte não evolui. Por isso, conhecer profundamente a tradição literária é absolutamente necessário a qualquer escritor, sob pena de se passar pelo ridículo de se reinventar a roda.

    Literatura é solidão, a mais profunda, a mais espessa e ampla solidão. Literatura é avareza, é retenção, é polução sem objeto.

    Esse duplo movimento, de fazer aparecer e de fazer esconder – o excesso de luz também impede de ver –, é a essência do bom conto.

    um bom título não salva um mau livro, mas um mau título pode prejudicar um bom livro.

    Um escritor somente é escritor quando menos é escritor, no instante mesmo em que tenta ser escritor e escreve. Na absoluta solidão de seu ofício, enquanto a mente elabora as frases e a mão corre para acompanhar-lhe o raciocínio, é escritor. Nesse espaço, entre o pensamento e a expressão, vibra no ar um ser sutil, fátuo e que, terminada a frase, concluído o texto, se evapora. Nesse átimo, o escritor é escritor. Aí e somente aí.

    Talvez o blog seja isso mesmo: um espaço de treinamento, um espaço gaveta em que guardamos os nossos originais até a chegada da hora de fazermos a seleção do material para a publicação em livro, com capas, orelhas e cólofon.

    Eu assino o que escrevo e ensino meus alunos a fazer o mesmo. Escrever e não assinar, além de ser um ato ilegítimo, é um ato inócuo, porque toda manifestação anônima, numa sociedade em que vige o estado de direito, não é digna de crédito.

    De tanto mostrar-se, a expressão, no choque permanente contra o leito do rio da experiência, arredondará as suas formas, polirá as suas arestas e se transformará em arte.

    A arte não imita a vida. Ela produz outra vida.

    Alguns escritores entram na vida da gente com estardalhaço, arrancam portas, destroem preconceitos, iluminam regiões obscuras de nossa consciência com o poder das tempestades. Outros se instalam aos poucos, como se nos visitassem e a cada visita fossem demorando-se um pouco mais. Em lugar dos raios, trazem uma lâmpada de querosene, ou uma vela.

    o excesso de luz também impede de ver

    “Se eu, ilustríssimo Cavaleiro (ele se dirigia ao Cavaleiro da Ordem do Rei Cristianíssimo, o Senhor Michel de Castelnau, mecenas), manejasse o arado, apascentasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse um paletó, ninguém faria caso de mim, raros me observariam, poucos me censurariam, e facilmente poderia agradar a todos. Mas, por eu ser delineador do campo da natureza, atento ao alimento da alma, ansioso da cultura do espírito e estudioso da atividade do intelecto, eis que me ameaça quem se sente visado, me assalta quem se vê observado, me morde quem é atingido, me devora quem se sente descoberto. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase todos. Se quiserdes saber porque isto acontece, digo-vos que a razão é que tudo me desagrada, que detesto o vulgo, a multidão não me contenta, e só uma coisa me fascina: aquela, em virtude da qual me sinto livre em sujeição, contente em pena, rico na indigência e vivo na morte; em virtude da qual não invejo aqueles que são servos na liberdade, que sentem pena no prazer, são pobres na riqueza e mortos em vida, pois que têm no próprio corpo a cadeia que os acorrenta, no espírito o inferno que os oprime, na alma o error que os adoenta, na mente o letargo que os mata, não havendo magnanimidade que os redima, nem longanimidade que os eleve, nem esplendor que os abrilhante, nem ciência que os avive. Daí, sucede que não arredo o pé do árduo caminho, por cansado; nem retiro as mãos da obra que se me apresenta, por indolente; nem qual desesperado, viro as costas ao inimigo que se me opõe, nem como deslumbrado, desvio os olhos do divino objeto: no entanto, sinto-me geralmente reputado um sofista, que mais procura parecer sutil do que ser verídico; um ambicioso, que mais se esforça por suscitar nova e falsa seita do que por consolidar a antiga e verdadeira; um trapaceiro que procura o resplendor da glória impingindo as trevas dos erros; um espírito inquieto que subverte os edifícios da boa disciplina, tornando-se maquinador de p

    Aos poucos, enfim, o autor, auxiliado por esses profissionais competentes, vai matando o escritor, fazendo-o esquecer-se de que escrever e sonhar são uma coisa só e que se esgotam no próprio devir. Às vezes, num gesto desesperado, para livrar-se dessa morte anunciada, o escritor apanha uma espingarda de caça e explode a cabeça dos três.

    Às vezes, num gesto desesperado, para livrar-se dessa morte anunciada, o escritor apanha uma espingarda de caça e explode a cabeça dos três.

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