Para começar, o título deste livro me pega pelo ouvido. É uma voz (imperiosa) que vem de longe, lá da infância. Passo pra dentro do livro e sigo o percurso poético/existencial de Olga Curado em busca de um encontro/reencontro consigo mesma, numa viagem de volta a um mundo de singelezas. Mas nem só de singelezas vive a poesia, muito menos este livro. A poeta se interroga, pergunta, apresenta os seus achados: (“a vida é paralela aos shopping centers”), sente vontade de comer melaço de rapadura em Goiás Velho, onde se pode (ou se podia) andar descalço, cumprimentar na esquina a menina que vendia banana ourinho, cantar na procissão de Nossa Senhora do Rosário... rezar um rosário! Na sua caminhada, passam os temas eternos, como o amor, a paixão, a liberdade, ou da atualidade, como a psicanálise, a aids e uma cosmopolita Babilônia revisitada chamada Central Park.
(trecho da apresentação, por Antônio Torres)
(trecho da apresentação, por Antônio Torres)