Passageiro do Tempo

Somos passageiros do tempo, levados, irremediavelmente, ao futuro, sobre os escombros do passado. Contudo, o mesmo tempo, que nos conduz ao incerto, sem passagem de volta, também é transportado, e, espectador-produto, assiste à sua efemeridade, visto que preso ao ser humano, que representa o universo atribuindo sentido a si, cognoscente da própria finitude. O "Angelus Novus", de Paul Klee, agora voa deixando para trás um leitmotiv amoroso e as ruínas de um cosmo qualquer. O tempo, passageiro, carrega o passageiro.