Este trabalho é resultado de uma pesquisa desenvolvida com 13 moradores do Asylo de Mendigos de Pelotas, instituição que abriga idosos de baixa renda, ao longo de doze meses de convívio. Resultado de uma pesquisa interventiva, este trabalho se insere no campo da memória e da identidade e utiliza como aporte a Antropologia visual, não apenas como método, mas como proposta de narrativa, fruto de apropriações por parte dos próprios narradores. Percebeu-se que a fotografia contribuiu para o trabalho de memória e para a fluência das narrativas, e que, ao valorizar a imagem do idoso, funciona como um convite para pensar as categorias velhice, asilamento, solidão, saúde, casa, entre outras. Além disso, a partir das imagens geradas é possível apresentar ou reapresentar cenas de um contexto que talvez não povoe o imaginário da sociedade de maneira ampla, o da velhice institucionalizada. As imagens, produzidas em conjunto com os narradores, serviram para comunicar aspectos extremamente valorizados nessa etapa de vida. A partir desses enunciados de valor, identificou-se: a fotografia como relicário da memória, a morte como uma categoria presente, a saúde e a vida como patrimônio, o exercício narrativo como processo benéfico de identificação e autovalorização da identidade do idoso e a atribuição de valor excepcional às memórias do passado.
Patrimônio afetivo e fotografia: Relicários da memória no Asylo de Mendigos de Pelotas
Sobre
Talvez você seja redirecionado para outro site