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    Pensar Outra Vez: Filosofia, Valor e Verdade

    Por Desidério Murcho
    Existem 15 citações disponíveis para Pensar Outra Vez: Filosofia, Valor e Verdade

    Sobre

    Em "Pensar Outra Vez: Filosofia, Valor e Verdade" o leitor é convidado a visitar alguns problemas centrais de diferentes disciplinas da filosofia. Incluindo temas como o sentido da vida, o cepticismo sobre o mundo exterior, a natureza da ciência, a importância da crítica e da argumentação para a democracia, o vegetarianismo e a protecção dos animais não humanos, assim como o legado de Bertrand Russell e a natureza do tempo, trata-se de uma leitura fascinante para o grande público, sendo também esclarecedora para professores e estudantes. Numa linguagem clara e acessível, mas sem perder o desejável rigor, o autor apresenta e discute os seguintes problemas centrais da filosofia, entre outros: * Será o mundo uma ilusão? * Terá a vida sentido? * O que distingue a ciência da bruxaria? * O que distingue a filosofia da religião? * Será tudo subjectivo? * Que importância tem a argumentação para a democracia? * Será errado maltratar os animais não humanos? * O que é o tempo? Aclamação: "Como não existe entre nós grande tradição filosófica, como se pensou que pensar a saudade era a nossa filosofia possível, a verdade é que os poucos livros que vão sendo escritos nesta área raramente têm uma dimensão que não seja técnica, especializada, profissional, e o resto é, na melhor das hipóteses, ensaísmo de superfície, anémico e fútil. Mas há excepções: por exemplo, Desidério Murcho, numa linha claramente analítica, mas com uma clareza e uma inteligência exemplares, lançou um livro de iniciação a que deu o título de Pensar Outra Vez: Filosofia, Valor e Verdade (edição de grande qualidade gráfica na Quasi)." -- Eduardo Prado Coelho, Público, 9 de Junho de 2006
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    Citações de Pensar Outra Vez: Filosofia, Valor e Verdade

    O sentido emerge quando há uma entrega activa a finalidades exequíveis com valor.

    Em filosofia discutem-se ideias insusceptíveis de tratamento experimental ou exclusivamente formal. Insiste-se em pensar cuidadosamente e de forma tão sistemática quanto possível quando nem o laboratório nem a demonstração matemática nos dão respostas.

    Qualquer destas versões do argumento céptico original é igualmente incoerente porque pressupõe o que se propõe eliminar.

    falácia do apelo à ignorância. Esta falácia consiste em confundir ausência de prova com prova de ausência.

    para Platão e Aristóteles a felicidade consiste em ser virtuoso; para os epicuristas, é a paz de espírito que resulta de vencermos os nossos medos irracionais; os cépticos defendiam que a felicidade só podia alcançar-se se suspendermos os nossos juízos sobre a realidade; os estóicos, quando aceitamos a realidade tal como é.

    disponibilidade para abandonar as ideias que somos incapazes de defender honestamente.

    Isto significa que numa discussão correcta as pessoas devem falar de forma precisa e económica, parando de falar nos momentos certos, convidando os outros a responder e a reagir.

    Uma discussão não é um jogo de forças; é uma forma de descobrir a verdade e o valor.

    A racionalidade e a verdade são as melhores armas a favor dos desprotegidos — e é por isso que ao longo da história humana os poderes ditatoriais sempre limitaram cuidadosamente estes dois bens preciosos, controlando o acesso a ambos. O pensamento crítico e público, racional e honesto, são os piores inimigos dos totalitarismos e das injustiças.

    o tempo envolve intrinsecamente a mudança.

    os agentes não avaliam cuidadosamente as afirmações e não pesam de forma minimamente imparcial os prós e os contras, limitando-se a ser conduzido pelos seus preconceitos e ideologias, estão a ser irracionais ou pelo menos irrazoáveis. A racionalidade envolve restrições quanto ao que um dado agente pode aceitar como plausível. Um partidário ferrenho da pena de morte, por exemplo, que se recusa a avaliar a sua crença, pesando a sua plausibilidade relativamente a outras crenças que ele também tem, é pura e simplesmente irracional e não se pode dizer que do seu estado cognitivo a pena de morte é plausível; o que se passa é que ele se recusa a avaliar racionalmente a sua crença.

    Se alguém recusa aceitar novas informações empíricas claras, por exemplo, porque colidem com as suas crenças prévias, essa pessoa é dogmática e irracional. Mas se essa pessoa aceitar toda e qualquer afirmação que colide com o seu estado cognitivo, ainda que essa afirmação não tenha maior base de apoio ou plausibilidade do que o simples facto de alguém lho ter dito, então essa pessoa pode estar igualmente a ser irracional. A racionalidade é algo que se situa entre o dogmatismo e a leviandade. É o que acontece quando um agente avalia cuidadosamente as novas informações, contrastando-as com o seu estado cognitivo, procurando ver se deve dar maior crédito à nova informação que o obriga a rever algumas das suas crenças, ou se pelo contrário a nova informação não merece maior crédito do que as suas crenças anteriores incompatíveis.

    Que ninguém quando jovem atrase o estudo da filosofia, nem ninguém quando velho se canse do seu estudo. Pois nunca é cedo nem tarde para assegurar a saúde da alma. Quem diz que o tempo para a filosofia ainda não chegou ou já passou é como quem diz que o tempo para ser feliz ainda não chegou ou já passou. Epicuro

    Há duas palavras que deviam ser banidas dos dicionários, pela confusão conceptual que provocam: “ciência” e “cultura”. A confusão tem raízes históricas que se tende a esquecer. Antes da revolução científica iniciada com Galileu não havia diferença entre as chamadas “humanidades” e as “ciências”. Em ambos os casos se tratava de resolver problemas e compreender melhor a natureza das coisas. A revolução científica introduz novas metodologias no estudo da astronomia, da física e do mundo natural em geral: uma maior atenção à observação sistemática, a tentativa de quantificar cuidadosamente e a ideia de experimentação controlada e cega, entre outras. O problema nasce quando os universitários e investigadores partidários deste novo tipo de metodologias entraram na luta política pelo domínio das universidades, contra a velha guarda. O discurso empolgou-se, a retórica aqueceu e começaram a usar a palavra “ciência” como sinónimo de Conhecimento, Verdade, Seriedade Intelectual e outras ameaças deste jaez. Resultado: nasceu a “cultura”, uma histérica reacção histórica à retórica dos cientistas. Estava lançada a confusão. Muitos cientistas pensam hoje que nas “humanidades” é a lei do vale tudo e que só na ciência há seriedade académica e pensamento crítico. E o trágico é que alguns professores de “humanidades” compraram esta triste visão das coisas, e aceitaram que nas “humanidades” é mesmo o reino do vale tudo — mas vingaram-se com a ideia notável de que também nas ciências é o reino do vale tudo. E assim nasceu o pós-modernismo, e a ideia de que tudo é relativo e uma mera “construção social” (e quem constrói o social?).

    É porque a realidade é tão importante que, como assinala Thomas Nagel, não podemos evitar «olhar por cima do nosso ombro» para tentar ver as coisas de uma perspectiva imparcial. E é por esse motivo que uma existência humana plena de bens comummente considerados valiosos — conforto, saúde, amizade, boa disposição — pode no entanto ser insuficiente para dar sentido a essa existência. Os seres humanos anseiam pela realidade, e não em função de um qualquer traço psicológico contingente, mas porque são seres inteligentes — e a inteligência começa com a capacidade, cada vez mais aguda, para distinguir a verdade da ilusão, a opinião verdadeira da falsa, o conhecimento da crença falsa. É por este motivo que são tão profundamente desumanas as filosofias (ou anti-filosofias) pós-modernas, com o seu distanciamento irónico perante nós mesmos — como se soubéssemos que estamos condenados a viver na Matrix mas quiséssemos festejar nietzschianamente o facto e olhar divertidos para a situação. São desumanas na exacta medida em que festejam o cepticismo radical e a completa ausência de valores objectivos — nomeadamente esse valor central que o pensamento religioso costuma sacralizar: a verdade.

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