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    Pílulas Vomíficas

    Por Oliveira, Wanderley

    Sobre

    Pertencemos a uma espécie animal que se autodenomina sábia, e o fator que nos diferencia de outras espécies de seres vivos está obviamente em nossa capacidade cerebral altamente desenvolvida e forjada através de nossa evolução milenar, essa capacidade é que nos deu as ferramentas necessárias para alterar o ambiente ao nosso redor em prol de nossas necessidades, isso é o que nos diferencia de uma ameba ou de uma girafa, a capacidade de alterar todo um meio a fim de adaptá-lo as nossas necessidades mais imediatas. No momento que começamos a nos agrupar e fazer uso de nossa capacidade cerebral nos tornamos a forma dominante de vida biológica sobre esse planeta, deixando nossos parentes mais próximos da superfamília Hominoidea ainda pulando de galho em galho enquanto erguíamos pirâmides e aquedutos.
    Somos capazes de tantos feitos grandiosos em termos de transformação e alteração do meio em que nos encontramos inseridos, desvelamos a natureza ao ponto de deixar-la seminua, contudo ainda não nos demos à chance de individualmente encarar o mais importante desafio, desvendar a nós mesmos, sem com isso criar novas prisões de condicionamento. Somos amaldiçoados com um mal raro entre os seres vivos, auto-consciência, e essa é tão plástica e tangível que foi se moldando com as condições do meio que alterávamos e ainda alteramos pela transformação e câmbio de nossas necessidades, precisávamos apenas ser e com isso viver. A linearidade da vida não tinha importância alguma, mas essa ingenuidade foi destruída pela evolução, hoje ainda continuamos apenas precisando SER, no entanto complicamos essa verdade simples ao extremo de não entendê-la, fugimos de nossa condição animal. Esse confronto entre o animal e humano jaz no âmago de todo ser em nosso gênero, mesmo nunca gostando de pensar sobre isso, queremos o ápice daquilo que já o somos.
    Nossa natureza animal é o que nos define enquanto espécie e nossa capacidade cerebral é o que nos diferencia enquanto gênero. Demos tanta importância a um só lado dessa balança que negligenciamos completamente o outro, o animal em nós. Esse animal possui uma característica definidora, a faculdade de expressão, que nos concedeu a capacidade de transmitir conceitos e idéias através da fala e da escrita, a partir de então se deu inicio a um intercâmbio de experiências subjetivas e a criação de conceitos objetivos aplicáveis ao conjunto.
    A raiz de toda percepção transmitida entre os seres é encontrada na observância dos sentidos, percebemos nosso mundo através desses sentidos, e por essa percepção nos tornamos reféns desses que deveriam ter sido apenas mais uma ferramenta e não guia das transformações, isso porque, esses mesmo sentidos é que pautou toda a evolução a nos escravizou. Nossa consciência fenomenal é direta e exclusivamente fruto da experiência dos sentidos, mas os sentidos não transcendem a idéia de consciência, um exemplo é nossa consciência de acesso, determinantemente a ponte entre a falta de sentidos e a abstração. Mal percebemos que na idéia de ausência de qualquer ou todos os sentidos, continuamos como primordialmente, existindo, tendemos a resumir tudo a processos mentais de nossa cognição animal, e por mais que essa capacidade cognitiva seja altamente desenvolvida em nosso gênero, ela se torna falha na busca quando busca explicar a si- mesma partindo de si- mesmo, e disso resulta sua maior catástrofe, criar um ser a sua imagem e semelhança e colocá-lo acima das nuvens, para esse sim, explicar nosso gênero como criador, a partir de então, esse ser (ou seres) ditaria o que somos, de onde viemos e todos os malditos porquês, aqui nasce o comodismo de pensamento e reflexão humano, e nesse parto como irmã gêmea nascem às religiões, que por sua vez criam códigos morais (não fazem sentido fora da convenção social), instituem valores e ditam esses que se autodenominam homens sábios, esses mesmos que criam conflitos generalizados e matam uns aos outros.
    Quando encaramos friamente nossa natureza animal e deixar de lutar contra ela, assimilando o meio e não o transformando pela destruição, talvez possamos encontrar algumas respostas sobre nós mesmos, nossa escravidão e por fim, o caminho da liberdade que nós colocará novamente nos pináculos de onde nunca deveríamos ter abdicado em prol de um ser com a promessa conforto hipnótico, exteriorizados de nós mesmos, a diferença é que não incutimos nele(es) nosso cômodo prazer de nada fazer. Nós, primatas saciados, louvamos!
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