Após abandonar o amor de sua vida, o personagem de Poeira Fria, cada vez mais distante de amigos e familiares, encontra-se no limite de sua existência. É deste ângulo que se desencadeiam tanto a inércia quanto as tentativas desesperadas deste professor de literatura de colocar um ponto final no atual estágio de sua vida. Para recuperar a si mesmo e a mulher que ama, ele deve encarar não só o espelho que lhe revela cabelos brancos e um músico e compositor frustrado, mas também o passado e a memória, em toda a complexidade e com todos os fantasmas que estes apresentam.
Alternando três vias narrativas — cartas escritas pelo personagem, suas sessões de análise e um narrador que reconstrói sua queda e luta com o presente —, o escritor curitibano Carlos Machado articula uma novela com notas autobiográficas em que o assombro da memória, a concretude do presente e o vislumbre do futuro estão em constante atrito. Neste seu quarto livro, ao mesmo tempo em que sustenta passagens densas, permeadas pelo desespero e a angústia do personagem, o autor mostra-se dono de uma prosa leve e fluida, reveladora das sutilezas que constroem os homens e seus relacionamentos.
Alternando três vias narrativas — cartas escritas pelo personagem, suas sessões de análise e um narrador que reconstrói sua queda e luta com o presente —, o escritor curitibano Carlos Machado articula uma novela com notas autobiográficas em que o assombro da memória, a concretude do presente e o vislumbre do futuro estão em constante atrito. Neste seu quarto livro, ao mesmo tempo em que sustenta passagens densas, permeadas pelo desespero e a angústia do personagem, o autor mostra-se dono de uma prosa leve e fluida, reveladora das sutilezas que constroem os homens e seus relacionamentos.