Poemas coronários, dá continuidade à publicação das Obras reunidas de Cyro dos Anjos, coordenadas e fixadas por Wander Melo Miranda. Trata-se de poemas surpreendentes por vários motivos.
Em primeiro lugar, por seu autor ser um romancista consagrado. O aparante paradoxo reside no fato de que a história literária oferece muito poucos exemplos de ficcionistas que são também poetas (e vice-versa), pois as duas linguagens têm naturezas bastante distintas. Em segundo lugar, por seu título. Coronário é, denotativamente, relativo a coroa, podendo então se tratar de um livro que culmina, que coroa uma obra (de fato, trata-se de seu último livro, publicado originalmente em 1964). No entanto, aqui coronário se refere mesmo à circulação cardíaca, e mais especificamente, à doença cardíaca: um título mais fisiológico do que propriamente literário. E em terceiro lugar, porque seus poemas são difíceis de enquadrar.
Em primeiro lugar, por seu autor ser um romancista consagrado. O aparante paradoxo reside no fato de que a história literária oferece muito poucos exemplos de ficcionistas que são também poetas (e vice-versa), pois as duas linguagens têm naturezas bastante distintas. Em segundo lugar, por seu título. Coronário é, denotativamente, relativo a coroa, podendo então se tratar de um livro que culmina, que coroa uma obra (de fato, trata-se de seu último livro, publicado originalmente em 1964). No entanto, aqui coronário se refere mesmo à circulação cardíaca, e mais especificamente, à doença cardíaca: um título mais fisiológico do que propriamente literário. E em terceiro lugar, porque seus poemas são difíceis de enquadrar.