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    Poesia numa hora dessas?!

    Por Luis Fernando Verissimo
    Existem 4 citações disponíveis para Poesia numa hora dessas?!

    Sobre



    A longo de vinte anos, o acervo pessoal de Luis Fernando Verissimo guardava algumas preciosidades - poemas, tiras e desenhos publicados em jornais e revistas - com o curioso título de ?Poesia Numa Hora Dessas?!? Da reencarnação à morte, passando por tipos singulares de nosso cotidiano como O faz-nada - uma exaltação ao vagabundo - nada escapa à pena ou ao computador de Verissimo, conectado de forma tão intensa à nossa existência como seres humanos. Como um autêntico poeta, com palavras ou imagens, o autor gaúcho nos faz rir ou chorar e refletir sobre a nossa condição de homem - o único animal que ri, que chora, que chora de rir. E que diante da crise, do medo, do fim de um ano e do começo de outro, fará o possível - como propõe o escritor - para confiar no amanhã: a não ser que descubram alguma coisa contra ele durante a noite.
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    Citações de Poesia numa hora dessas?!

    Uma poesia não é feita com palavras. A poesia já existe. A gente só põe as palavras em volta para ela aparecer – como as bandagens do homem invisível, lembra?

    Diz a mecânica quântica que as partículas atômicas se comportam de um jeito quando são observadas e de outro quando estão sós (como, aliás, todos nós). E quem nos assegura que o Universo que está aí não é como aí está quando ninguém está olhando? E que quando os astrônomos se viram do telescópio para a prancheta o Universo não faz uma careta?

    Armário Eu queria, senhora ser o seu armário e guardar os seus tesouros como um corsário. Que coisa louca: ser seu guarda-roupa! Alguma coisa sólida circunspecta e pesada nessa sua vida tão estabanada. Um amigo de lei (de que madeira eu não sei). Um sentinela do seu leito – com todo o respeito. Ah, ter gavetinhas para suas argolinhas. Ter um vão para seu camisolão e sentir o seu cheiro, senhora o dia inteiro. Meus nichos como bichos engoliriam suas meias-calças, seus sutiãs sem alças, e tirariam nacos dos seus casacos. E no meu chão, como trufas, as suas pantufas… Suas echarpes, seus jeans, seus longos e afins. Seus trastes e contrastes. Aquele vestido com asa e aquele de andar em casa. Um turbante antigo. Um pulôver amigo. Bonecas de pano. Um brinco cigano. Um chapéu de aba larga. Um isqueiro sem carga. Suéteres de lã e um estranho astracã. Ah, vê-la se vendo no meu espelho, correndo. Puxando, sem dores, os meus puxadores. Mexendo com o meu interior – à procura de um pregador. Desarrumando meu ser por um prêt-à-porter… Ser o seu segredo, senhora, e o seu medo. E sufocar com agravantes todos os seus amantes.

    O corpo e a mente têm biografias separadas, cada um sua memória própria, seu próprio jogo de charadas. Meu corpo tem lembranças – cheiros, tiques, andanças – que a mente não registrou e o corpo não tem as marcas de metade do que a mente passou.

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