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    Política, propina e futebol: Como o PADRÃO FIFA ameaça o esporte mais popular do planeta

    Por Jamil Chade
    Existem 7 citações disponíveis para Política, propina e futebol: Como o PADRÃO FIFA ameaça o esporte mais popular do planeta

    Sobre

    A partir de documentos exclusivos, jornalista mergulha nos bastidores da operação policial que abalou o mundo do futebol

    Em maio de 2015, a maior organização esportiva do planeta era alvo de uma ação da polícia suíça. Segundo investigações americanas, a Fifa havia montado uma ?Copa do Mundo da fraude?, movimentando durante 24 anos pelo menos 150 milhões de dólares em propinas e subornos. As prisões e acusações levaram à renúncia do presidente da entidade, Joseph Blatter.
    Com base em quinze anos de cobertura jornalística da Fifa e a partir de documentos exclusivos, Jamil Chade desvenda como funcionava o pagamento de propinas, revela de que forma cartolas usavam contratos comerciais e de TV para enriquecer, traça as conexões entre política e futebol e mostra por que a Copa do Brasil foi a mais cara da história.
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    Citações de Política, propina e futebol: Como o PADRÃO FIFA ameaça o esporte mais popular do planeta

    O problema é que esse bem cultural, essa Seleção que se diz “nacional”, que usa nossas cores, canta o nosso hino e diz nos representar, foi apropriada por um grupo privado que enriqueceu baseado em nossa emoção. Em nossa identidade.

    esporte e política não se misturam. Aparentemente, isso pode fazer sentido, no esforço de proteger o futebol da manipulação partidária ou ideológica. Mas a lógica é justamente a contrária. Ao estabelecer tal regra, Blatter tem para si o monopólio do uso político do futebol e pode oferecer a governos de diferentes tendências o mesmo palco. Sem preferência. O dinheiro não tem ideologia, e Blatter adotou o mesmo princípio para o futebol, desde que o comando fosse dele.

    O valor era equivalente a todas as olimpíadas de inverno juntas. E, claro, sem nenhuma auditoria externa.

    De uma maneira constante, segundo a Justiça, a propina teria sido paga a Teixeira e Havelange para que influenciassem a Fifa na decisão de quem ficaria com os direitos de

    Entre os vários motivos para a não devolução do dinheiro, os advogados da Fifa apresentaram um argumento surpreendente: o de que a “maioria da população” de países da América do Sul e da África tem nos subornos e propinas parte de sua renda “normal”:

    Um incidente relembrou ao mundo um mal-estar que havia sido esquecido durante os 113 minutos da decisão. Ao entrar no palco para entregar a taça ao campeão do mundo, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foram alvos de uma estrondosa vaia. Mas o que fariam torcedores em delírio, ou ainda secando as lágrimas da derrota, interromper suas emoções para protestar? A resposta não estava em campo, mas nos estádios, nos comerciais, no abuso de poder, na corrupção e na tentativa de sequestrar o futebol. O constrangimento ficou claro no rosto de Dilma, visivelmente incomodada com a vaia transmitida ao vivo para todo o planeta. Naquele instante, o Maracanã era apenas a caixa de ressonância de uma torcida que também revelou ser cidadã. A Copa mais cara da história, paga com dinheiro público, havia terminado. O Brasil não ganhou nem em campo nem fora dele, e o evento passou para a história como um dos maiores engodos que a sociedade brasileira já viveu. O Brasil foi roubado. Saqueado. E de forma institucional, com regras, acordos e nota fiscal. Não apenas pela Fifa, que invadiu o país, mas também por grupos domésticos, que atuaram como cúmplices desse esquema. A Copa do Mundo, o maior evento do planeta, foi apropriada por empresários e dirigentes que, com a ajuda de políticos locais, enriqueciam ainda mais. A Copa de 2014 foi, acima de tudo, a imagem mais perfeita de uma estrutura comercial e de poder que usou o torneio para transformá-la em uma máquina de riqueza para alguns poucos.

    Não houve chute na porta. Não houve algemas. Sem alardes nem sirenes, os policiais suíços realizaram a operação mais espetacular e inesperada da história do esporte. O que

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