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    Prazeres Ilimitados: Como transformamos os ideais gregos numa busca obsessiva pela satisfação dos desejos

    Por Fernando Muniz
    Existem 15 citações disponíveis para Prazeres Ilimitados: Como transformamos os ideais gregos numa busca obsessiva pela satisfação dos desejos

    Sobre

    Não há um só filósofo da Antiguidade que não tenha tomado o prazer e seu lugar na existência humana como um grande desafio, um enigma decisivo sobre o sentido da existência e do modo de vida ético. O prazer sempre foi naturalmente visto como promotor da eudaimonia ? palavra grega normalmente traduzida como ?felicidade?, mas cujo significado mais apropriado seria a ?plena realização do ser humano?.

    Ora, o prazer não é objeto de reflexão preferencial em nosso mundo atual. Ele aparece como um dado, com um sentido óbvio e inquestionável, que se impõe por sua evidência. Vivemos em um mundo que provavelmente, ao contrário do que se costuma pensar, perdeu o contato com o prazer; não nos perguntamos mais sobre o que ele é, nem como ou por que devemos buscá-lo. Não somos hedonistas desenfreados: somos, inconscientemente, anti-hedonistas. E, como veremos neste livro, o que nossa sociedade chama de prazer é, na verdade, compulsão e voracidade.

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    Citações de Prazeres Ilimitados: Como transformamos os ideais gregos numa busca obsessiva pela satisfação dos desejos

    eudaimonia (palavra grega normalmente traduzida como “felicidade”, mas cujo significado mais apropriado seria a “plena realização do ser humano”).

    Por essa razão, saber o que é o prazer — sua conexão com a dor e com o desejo, sua importância para a vida e como devemos nos relacionar com ele

    Não somos hedonistas desenfreados: somos, inconscientemente, anti-hedonistas. E, como veremos nos capítulos seguintes, o que nossa sociedade chama de prazer é, na verdade, compulsão e voracidade.

    Ele compara a vida de quem não se contém a um jarro cheio de furos, que no mesmo instante em que é preenchido de líquido, se esvazia.

    Um terceiro termo, a Beleza transcendente, explica a atração irresistível que sentimos e se manifesta em alguém. Para Platão, entretanto, a atração erótica não se reduz ao amor entre casais, mas permeia todas as atividades humanas. O mundo é erótico.

    Epicuro parte do seguinte ponto: se uma vida edificada sobre o poder, a riqueza e o status social não consegue proteger o ser humano das mais agudas perturbações, se ele continua movido por paixões agressivas como a raiva e acaba por destruir a própria vida contra sua vontade, é preciso que a filosofia construa uma fortaleza segura capaz de proteger e curar o indivíduo das doenças psíquicas que o impedem de viver uma vida prazerosa e feliz.

    Epicuro constituía um contraponto crítico virulento às aspirações e crenças cristãs: negava a possibilidade de intervenção divina no mundo, negava a imortalidade da alma e não admitia um bem maior que o prazer. Por essa razão, Epicuro transformou-se, aos olhos dos evangelistas, em uma espécie de Cristo às avessas. Outra

    Tomemos o medo da morte como exemplo. Quando compreendemos que somos um composto de corpo e alma, um composto de átomos, compreendemos que nada pode sobreviver à dissolução desse composto. Essa compreensão faz o medo desaparecer, porque ele está fundado na crença de que estaremos lá quando a morte ocorrer. Mas, quando a morte ocorre, já não existimos mais. A morte não é uma coisa existente; não é, portanto, nada.

    Por temermos coisas inexistentes, erguemos uma proteção imaginária construída com o poder, a fama, a riqueza. Lucrécio chama essa construção imaginária de “antecâmara do inferno”. Há modos de vida que habitam não a fortaleza no alto da montanha, e sim o castelo de areia das falsas crenças à beira-mar.

    ideia de que a vida indolor é um direito fundamental começa a se impor como um modelo (com a ressalva de que depende da qualidade dos serviços médicos e das condições de compra desse serviço pelo paciente).

    Os deuses de Epicuro estão em um estado permanente de perfeita imperturbabilidade e de contentamento com eles mesmos. Não podem ouvir preces e clamores humanos; isso seria perturbá-los. Eles servem, no entanto, como modelos inspiradores de vida plena de prazeres.

    A droga revela-se o modelo do fascínio que as mercadorias exercem sobre os consumidores. As drogas são as mercadorias por excelência, e a dependência evidencia apenas o que sofrem todos os bons consumidores domesticados.

    “Se outra pessoa está me machucando”, diz outra garota, “ou me fazendo sangrar, pego o instrumento e eu mesma me faço sangrar; assumo o controle”. Muitas diferenças os separam, mas uma característica une os automutiladores contemporâneos: o sentimento de que são vítimas de falta de poder, de que são dominados e controlados por uma vontade anônima e alheia.  

    nova epidemia entre adolescentes: a epidemia que o psiquiatra Armando Favazza chama de “corpos sob cerco” (Bodies Under Siege). Favazza estima que o número (no fim dos anos 1990) de “cortadores” era de 750 para cada cem mil americanos, em um total de dois milhões, mas ele adianta que o número real pode ser bem maior.

    preciso que saibamos quem queremos ser, e não apenas simulemos quem somos, e que o mundo em que vivemos tenha a dimensão de realidade, imprescindível para que o nosso prazer venha dele e das pessoas à nossa volta, e não seja apenas o eco vazio de nossa própria voz.

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