"Fugindo ao destino que a mãe lhe traçara, Silvério deixou a aldeia de Pousaflores aos dezoito anos pela promessa de uma vida melhor em África; mas, à chegada, os primos trocaram-lhe as voltas e acabou entre soldados negros na campanha de pacificação de uma tribo violenta. Foi, mesmo assim, entre os derrotados que sobreviveu. Agora, quase quarenta anos volvidos, Silvério está de regresso a Pousaflores.A guerra civil eclodiu em Angola e, se o seu coração é negro, a sua pele não engana e ainda ontem lhe mataram o melhor amigo. Com três filhos mulatos pela mão - todos de mães diferentes -, resta-lhe na aldeia uma irmã amarga, beata e com reumatismo. Que futuro poderão esperar Justino, Belmira e Ercília num lugarejo onde são vistos como «os pretos de Pousaflores»? E a mulher que Silvério abandonou em Angola num pranto inconsolável, estará disposta a abdicar da filha para sempre? Com um leque de vozes admiravelmente distintas - ora hilariantes, ora comoventes e poéticas -, Aida Gomes narra em Os Pretos de Pousaflores a história de uma família marcada pelas circunstâncias, acompanhando a memória do passado colonial, o definhar do império, a guerra em Angola e o mundo de exclusão que tantos empurra para o abismo. Belo e profundo, com personagens apaixonantes e cenas inesquecíveis, este romance não deixará ninguém indiferente. "
Pretos de pousaflores, os
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