É com grande honra que apresento “Quanto vale um quilo de carne negra?”, meu trigésimo terceiro livro, que é um marco na minha carreira de escritor, pois nele trago 102 textos que abordam as relações étnico-raciais no Brasil, e no mundo, visto que quando se fala de dentro, há vezes se olha de fora para dentro, para voltar a falar de dentro para fora. Porque vivemos em um mundo dito “globalizado”. Isto é, um mundo que acredita reconhecer-se de fora para dentro, sem ao menos tentar desvendar em si os seus adentros (os seus escaninhos, o fundo de suas gavetas, os seus interiores). Um paradoxo do capitalismo? Mais um equívoco da raça humana? Talvez. Todavia prefiro ser tupiniquim a ponto de acreditar que a humanidade, e em especial a sociedade brasileira, tem jeito.
A propósito, prefiro pensar que o termo “globalização” é uma licença poética. Ou melhor, uma licenciosidade ontológica, dado que, para mim, o sujeito social só se reconhece quando tem o outro como espelho. Aí sim entende-se que para se conhecer melhor, é preciso voltar-se para fora, como uma luneta apontada para o espaço. E depois desse exercício de desprendimento, retornar para o interior de si mesmo, como quem estuda uma célula através das lentes de um microscópio.
Acredito que para isso não é necessário globalizar-se. Muito menos ser peça da engrenagem de uma globalização, colocada em prática por meio de um sistema econômico como o capitalismo. Até porque sou socialista. Logo, acredito em tudo que é coletivo, passível de ser repartido, transformado, pluralizado, dialogado. Sou contra o individualismo, contra o neoliberalismo, contra o pensamento liberal, contra a meritocracia, e contra a propriedade privada dos meios de produção. Sou contra privilégios e contra a ideia de um mundo com dois ou três donos. E obviamente, contra uma sociedade que se diz democrática, mas que é dividida em classes sociais: em brancos e não-brancos; que é dividida e subdividida em raças.
Outro paradoxo, que aqui, de certo, não é nada poético; embora seja, claramente, libidinoso, para não dizer: cruel, imoral, antiético e vergonhoso.
Assim é o racismo: libidinoso, cruel, imoral, antiético e vergonhoso. Assim também são todas as pessoas que professam essa doutrina: a ideologia racista. Uma ideologia estrutural. Uma ideologia que veicula a falácia uma inexistente democracia racial. Uma ideologia macabra.
Posto isto, apresento-lhes o meu, e agora nosso, “Quanto vale um quilo de carne negra?”. Espero que goste. Espero que discuta com seus pares. Espero que o livro venha a contribuir como um alimento para o pensamento. Que venha a fomentar bate-papos. Que seja lido e relido, e comentado, inclusive na rede social e na mesa de bar. E que alcance à Academia também. Pois TODOS, absolutamente TODOS, devemos falar, pensar, combater e enxergar o racismo, que de invisível, principalmente no Brasil, não tem nada.
Poderia ficar aqui escrevendo este Prólogo por mais duas horas. Mas prefiro que todos, e cada um, tirem as suas próprias conclusões.
Logo,
Carx leitxr,
Muitíssimo obrigado por me ler e me ouvir.
É sempre um prazer dialogar contigo.
Grato,
Com amor,
Sempre com amor,
Seu,
Carlos.
A propósito, prefiro pensar que o termo “globalização” é uma licença poética. Ou melhor, uma licenciosidade ontológica, dado que, para mim, o sujeito social só se reconhece quando tem o outro como espelho. Aí sim entende-se que para se conhecer melhor, é preciso voltar-se para fora, como uma luneta apontada para o espaço. E depois desse exercício de desprendimento, retornar para o interior de si mesmo, como quem estuda uma célula através das lentes de um microscópio.
Acredito que para isso não é necessário globalizar-se. Muito menos ser peça da engrenagem de uma globalização, colocada em prática por meio de um sistema econômico como o capitalismo. Até porque sou socialista. Logo, acredito em tudo que é coletivo, passível de ser repartido, transformado, pluralizado, dialogado. Sou contra o individualismo, contra o neoliberalismo, contra o pensamento liberal, contra a meritocracia, e contra a propriedade privada dos meios de produção. Sou contra privilégios e contra a ideia de um mundo com dois ou três donos. E obviamente, contra uma sociedade que se diz democrática, mas que é dividida em classes sociais: em brancos e não-brancos; que é dividida e subdividida em raças.
Outro paradoxo, que aqui, de certo, não é nada poético; embora seja, claramente, libidinoso, para não dizer: cruel, imoral, antiético e vergonhoso.
Assim é o racismo: libidinoso, cruel, imoral, antiético e vergonhoso. Assim também são todas as pessoas que professam essa doutrina: a ideologia racista. Uma ideologia estrutural. Uma ideologia que veicula a falácia uma inexistente democracia racial. Uma ideologia macabra.
Posto isto, apresento-lhes o meu, e agora nosso, “Quanto vale um quilo de carne negra?”. Espero que goste. Espero que discuta com seus pares. Espero que o livro venha a contribuir como um alimento para o pensamento. Que venha a fomentar bate-papos. Que seja lido e relido, e comentado, inclusive na rede social e na mesa de bar. E que alcance à Academia também. Pois TODOS, absolutamente TODOS, devemos falar, pensar, combater e enxergar o racismo, que de invisível, principalmente no Brasil, não tem nada.
Poderia ficar aqui escrevendo este Prólogo por mais duas horas. Mas prefiro que todos, e cada um, tirem as suas próprias conclusões.
Logo,
Carx leitxr,
Muitíssimo obrigado por me ler e me ouvir.
É sempre um prazer dialogar contigo.
Grato,
Com amor,
Sempre com amor,
Seu,
Carlos.