João Valtercides Rangel mordia o canto da língua e segurava um porco macho pela perna. O odor das atitudes de mundo vinha mesclado com fundura de lama e estrume fresco.
O dia com mil tarraxas, assim é que se traduzia enquanto segurava o animal e recebia os solavancos contra a atitude da sua força mesma. Dez horas de uma manhã cravada de sol para os lados do Quebra-Rabo. O rio descia em um estado de sonolência compenetrada em revisão de horas. Era um porco grande que o homem tentava segurar, castrado havia quatro dias e com sinais de bicheira na região cortada. Antigamente bastava sal com um limão espremido na área de expurgo dos tentos e estava devidamente resolvida a questão das infecções e bicheiras. Em dias modernos, é baixo que isso adianta. Vira e mexe tem que haver exceção, tem que haver regra de enfiar pós de remédio no lugar, sob pena de se perder a criação. Então, melhor juízo é cuidar do que carece de cuidado. Há sempre recurso para qualquer coisa que a natureza debanda ou degrada. Quase sempre há.
As mazelas, à medida que o tempo passa, caçam jeito de deteriorar as próprias obras. O homem segurava o capão, tinha deixado uma infusão de veneno larvicida misturada com óleo queimado na lata velha ali do lado. Preparara tudo com antecedência. Quando tivesse jeito de apoio em pernas, esticaria o braço, apanharia o remédio que estivesse em alcance e lambuzaria a ferida do porco com aquilo. Tiro e queda: não tem bicheira que suporte esses termos de pratica já envelhecida. Tem coisa demais nesse mundo que merece uns predicados diferentes, mesmo que sejam aquelas que já se suprem com o prejudicado atinente. O homem pensava em usar os joelhos para dominar o animal, porém, em idade que era a sua, os joelhos andavam cada vez mais longe do corpo. Como se houvesse uma dificuldade miúda e assistida para o andamento de tarefas que havia nem dez anos eram todas muito simples e metódicas. Ainda mais em se tratando de porco, um bicho miúdo, apesar dos riscos que há neles de fúria, quando se viram e deitam o dente na alma do contendor. Todo sujeito que sabe desses métodos de porco, busca evitar o desassossego do risco. João Valtercides, o Zico do Tião, como era conhecido pelas tabocas e várzeas do Quebra-Rabo, mastigou o amargo de ter que lidar com porco com bicheira. E podia apenas aspergir o pó roxo do Lepecid no lugar, todavia, nem sabia onde tinha deixado o frasco com a coisa. Por certo, se não fosse exagero da sua parte, o Tatão tinha enfiado aquilo em alguma cumeeira, tamanha a sua vontade de esconder as coisas que tinham utilidade de última hora. O Tatão tinha dessas manias. Julgava que estas coisas de cor sufocada, como era o roxo absoluto do remédio, tudo correspondesse à força determinada para melhor e mais curar. Quanto maior o cheiro e a cor correspondida, mais a vitalidade daquilo que se podia usar. Devia o Tatão ter escondido por aí o frasco da necessidade. Manias de homem velho, todas as veleidades do Tatão.
O dia com mil tarraxas, assim é que se traduzia enquanto segurava o animal e recebia os solavancos contra a atitude da sua força mesma. Dez horas de uma manhã cravada de sol para os lados do Quebra-Rabo. O rio descia em um estado de sonolência compenetrada em revisão de horas. Era um porco grande que o homem tentava segurar, castrado havia quatro dias e com sinais de bicheira na região cortada. Antigamente bastava sal com um limão espremido na área de expurgo dos tentos e estava devidamente resolvida a questão das infecções e bicheiras. Em dias modernos, é baixo que isso adianta. Vira e mexe tem que haver exceção, tem que haver regra de enfiar pós de remédio no lugar, sob pena de se perder a criação. Então, melhor juízo é cuidar do que carece de cuidado. Há sempre recurso para qualquer coisa que a natureza debanda ou degrada. Quase sempre há.
As mazelas, à medida que o tempo passa, caçam jeito de deteriorar as próprias obras. O homem segurava o capão, tinha deixado uma infusão de veneno larvicida misturada com óleo queimado na lata velha ali do lado. Preparara tudo com antecedência. Quando tivesse jeito de apoio em pernas, esticaria o braço, apanharia o remédio que estivesse em alcance e lambuzaria a ferida do porco com aquilo. Tiro e queda: não tem bicheira que suporte esses termos de pratica já envelhecida. Tem coisa demais nesse mundo que merece uns predicados diferentes, mesmo que sejam aquelas que já se suprem com o prejudicado atinente. O homem pensava em usar os joelhos para dominar o animal, porém, em idade que era a sua, os joelhos andavam cada vez mais longe do corpo. Como se houvesse uma dificuldade miúda e assistida para o andamento de tarefas que havia nem dez anos eram todas muito simples e metódicas. Ainda mais em se tratando de porco, um bicho miúdo, apesar dos riscos que há neles de fúria, quando se viram e deitam o dente na alma do contendor. Todo sujeito que sabe desses métodos de porco, busca evitar o desassossego do risco. João Valtercides, o Zico do Tião, como era conhecido pelas tabocas e várzeas do Quebra-Rabo, mastigou o amargo de ter que lidar com porco com bicheira. E podia apenas aspergir o pó roxo do Lepecid no lugar, todavia, nem sabia onde tinha deixado o frasco com a coisa. Por certo, se não fosse exagero da sua parte, o Tatão tinha enfiado aquilo em alguma cumeeira, tamanha a sua vontade de esconder as coisas que tinham utilidade de última hora. O Tatão tinha dessas manias. Julgava que estas coisas de cor sufocada, como era o roxo absoluto do remédio, tudo correspondesse à força determinada para melhor e mais curar. Quanto maior o cheiro e a cor correspondida, mais a vitalidade daquilo que se podia usar. Devia o Tatão ter escondido por aí o frasco da necessidade. Manias de homem velho, todas as veleidades do Tatão.