Reflexões sobre a tolerância
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Em determinadas situações de injustiça, a tolerância pode mesmo equivaler à acomodação ao statu quo, à cumplicidade e ao fatalismo, em particular, quando a intolerância tem raízes coletivas ou institucionais.
o nível de receptividade aos direitos e deveres individuais depende, em uma sociedade, do nível da democracia nessa mesma sociedade.
Grosso modo, existem três tipos de saber: o saber que nasce da percepção, o saber conceptual e o saber intuitivo.
A tolerância é, essencialmente, uma virtude pessoal que reflete a atitude e a conduta social de um indivíduo ou o comportamento de um grupo.
Todo ser humano tem o dever de questionar as situações que comportam injustiça fundamental para si próprio ou para outrem e esforçar-se para corrigi-las.
Uma vez que o contexto histórico dos países da Europa ocidental e da América do Norte criou condições favoráveis para uma cultura dos direitos, os dirigentes dos novos países do mundo em desenvolvimento com bom desempenho econômico pensam que é impossível promover os direitos humanos em situação de pobreza, de subdesenvolvimento, de injustiça social e econômica e com relações internacionais injustas, desiguais e nãodemocráticas. Inspirando-se em filosofias orientais, propõem, ao contrário, em um primeiro momento, outros valores que poderiam ser observados em escala universal e, em particular, nos países em desenvolvimento. A solidariedade familiar, a educação, o amor ao trabalho, a austeridade, o sentido da economia, a poupança e a identidade social são alguns dos valores que podem conduzir ao progresso econômico e social.
Não resta a menor dúvida de que a noção dos direitos do homem e a das liberdades fundamentais fazem parte dos valores universais que se vão tornar os princípios fundamentais do século 21, mas deveríamos cuidar para que não fossem consideradas como valores estranhos impostos por uma sociedade dominante. Deveríamos nos empenhar para reforçar sua aceitabilidade envolvendo outras culturas e outras noções jurídicas na expansão e na promoção desses valores, cuja vocação é universal.
Modificações estruturais são indispensáveis para que novos comportamentos se instalem entre os grupos. A justiça é, tanto quanto a paz, uma virtude em si e é, inextricavelmente, ligada à verdade, à qual todas as religiões aspiram. Todos os grandes homens lutaram pela justiça, tal como era compreendida na sua época.
Assim, a indignação moral conduz, com freqüência, os anarquistas e os comunistas à intolerância.
Tradicionalmente, o Estado assumiu sozinho a responsabilidade da segurança, ainda que parcelas dessa responsabilidade sejam exercidas por outras instituições sob sua supervisão geral.
Nenhum governo pode ensinar a tolerância; pode, no máximo, dotar-se de direito civil e penal que iniba expressões de intolerância excessivas.
Por exemplo, existem aproximadamente 200 organismos intergovernamentais – incluindo as instituições do sistema das Nações Unidas – e mais de 50 mil ONGs que atuam diretamente a serviço do indivíduo, tendo como proposta o interesse geral, enquanto os Estados se preocupam, antes de tudo, com os interesses nacionais. A redução das despesas militares, o aumento do investimento em vista do desenvolvimento de recursos humanos, da pesquisa, do progresso e das aplicações da ciência e da tecnologia, assim como a democratização e o fortalecimento dos diversos órgãos e instituições das Nações Unidas, são algumas das medidas que viriam a contribuir sensivelmente para diminuir a insegurança.
A tolerância consiste em ter crenças e aceitar dialogar com outras pessoas que têm convicções diferentes. É chegar a um consenso com os outros para estabelecer uma coexistência dinâmica e engajar-se em um processo de enriquecimento mútuo permanente.
É mais importante ser tolerável do que tolerante.