Reliquiae
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O arabesco fantástico do fumo Do meu cigarro traça o que disseste, A azul, no ar; e o que me escreveste, E tudo o que sonhaste e eu presumo. Para a minha alma estática e sem rumo, A lembrança de tudo o que me deste Passa como o navio que perdeste, No arabesco fantástico do fumo…Lá vão! Lá vão! Sem velas e sem mastros, Têm o brilho rutilante de astros, Navios-fantasmas, perdem-se a distãncia! Vão-me buscar, sem mastros e sem velas, Noiva-menina, as doidas caravelas, Ao ignoto País da minha infãncia…O MEU SONETO
VOZ QUE SE CALAAmo
POBREZINHANas nossas duas sinas tão contrárias Um pelo outro somos ignorados: Sou filha de regiões imaginárias, Tu pisas mundos firmes já pisados. Trago no olhar visões extraordinárias De coisas que abracei de olhos fechados… – Em mim não trago nada, como os párias… Só tenho os astros, como os deserdados…E
E eu quero bem a tudo, a toda a gente!… Ando a amar assim, perdidamente, A acalentar o mundo nos meus braços! E tem passado, em vão, a mocidade Sem que no meu caminho uma saudade Abra em flores a sombra dos meus passos!VOZ QUE SE CALAAmo as pedras, os astros e o luar Que beija as ervas do atalho escuro, Amo as águas de anil e o doce olhar Dos animais, divinamente puro. Amo a hera que entende a voz do muro, E dos sapos, o brando tilintar De cristais que se afagam devagar, E da minha charneca o rosto duro.Amo