Apresentação
Sou indagada, periodicamente, com estes termos: O que é fazer poemas? Ao que prontamente respondo: Não! Não é isto o que me ocorre. O fazer remete-me a algo técnico, formal, a um funcionalismo. Os poemas são dinâmicos, revelam sentimentos, vivem e revivem histórias, evocam as memórias e se eternizam em revoadas.
Como os lírios do campo, adornam cada pessoa que deles se aproxima, com umbrais de sensibilidade. Por eles, o sagrado se revela, desvela-se e invade a alma.
Adélia Prado afirma que ?a palavra poética é poderosa? e que ?erótica é a alma?. De fato, tamanho é o seu poder de invasão que nos toma por inteiro, num jogo de sedução para poder brincar com as palavras.
São João da Cruz, grande místico e poeta, ilumina-me com estes versos:
?Onde é que te escondeste.
Amado, e me deixaste com gemido?
Como o cervo fugiste,
Havendo me ferido;
Saí, por ti clamando, e eras já ido?.
Com Guimarães Rosa, embalo-me na certeza de que "viver é muito perigoso? e acredito que as palavras já não cabem dentro do peito e por isso precisam sair em revoadas, atingindo outras sensibilidades. Diante disto, revelo que o meu acontecer poético não consiste em escrever sempre da mesma forma. Não sigo por linhas retas. Embalo-me na redação, dando mobilidade a cada palavra, alçando voos ininterruptos.
Neste sentido, cada experiência com a poesia é, inegavelmente, também uma experiência religiosa que me abraça com as delícias das rimas de ternura, encanto e amorosidade. Antes mesmo da criação dos versos, a poesia me observa, me acolhe, religa-me, ama-me e apodera-se de mim, depositando as palavras e se fazendo som que rima a vida. Torna-se assim, uma realidade sagrada, gesto carinhoso de Deus, que sendo Verbo, aluga-me e se conjuga, alçando comigo em revoadas poéticas cada vez mais intensas.
Com imensa alegria, apresento esta obra, contendo 152 poemas.
Albertina Laufer - Setembro de 2013
Sou indagada, periodicamente, com estes termos: O que é fazer poemas? Ao que prontamente respondo: Não! Não é isto o que me ocorre. O fazer remete-me a algo técnico, formal, a um funcionalismo. Os poemas são dinâmicos, revelam sentimentos, vivem e revivem histórias, evocam as memórias e se eternizam em revoadas.
Como os lírios do campo, adornam cada pessoa que deles se aproxima, com umbrais de sensibilidade. Por eles, o sagrado se revela, desvela-se e invade a alma.
Adélia Prado afirma que ?a palavra poética é poderosa? e que ?erótica é a alma?. De fato, tamanho é o seu poder de invasão que nos toma por inteiro, num jogo de sedução para poder brincar com as palavras.
São João da Cruz, grande místico e poeta, ilumina-me com estes versos:
?Onde é que te escondeste.
Amado, e me deixaste com gemido?
Como o cervo fugiste,
Havendo me ferido;
Saí, por ti clamando, e eras já ido?.
Com Guimarães Rosa, embalo-me na certeza de que "viver é muito perigoso? e acredito que as palavras já não cabem dentro do peito e por isso precisam sair em revoadas, atingindo outras sensibilidades. Diante disto, revelo que o meu acontecer poético não consiste em escrever sempre da mesma forma. Não sigo por linhas retas. Embalo-me na redação, dando mobilidade a cada palavra, alçando voos ininterruptos.
Neste sentido, cada experiência com a poesia é, inegavelmente, também uma experiência religiosa que me abraça com as delícias das rimas de ternura, encanto e amorosidade. Antes mesmo da criação dos versos, a poesia me observa, me acolhe, religa-me, ama-me e apodera-se de mim, depositando as palavras e se fazendo som que rima a vida. Torna-se assim, uma realidade sagrada, gesto carinhoso de Deus, que sendo Verbo, aluga-me e se conjuga, alçando comigo em revoadas poéticas cada vez mais intensas.
Com imensa alegria, apresento esta obra, contendo 152 poemas.
Albertina Laufer - Setembro de 2013