Rita Lee: Uma Autobiografia
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Aborto não é uma mutilação no corpo da mulher. Há em suas entranhas um ser indesejado advindo de estupro, acefalia e de tantas deformações irreversíveis já detectadas nas primeiras semanas de gestação. Parir e abandonar o bebezinho numa lata de lixo é criminoso. Parir e pôr para adoção é irresponsavelmente confortável. Parir e criar em condições sub-humanas é indigno. Parir para ganhar bolsa família é humilhante.
“follow your heart, but take your brain with you”
Crescer sendo brasileira entre americanos protestantes/maçons e italianos ultracatólicos me deu uma panorâmica existencial de valores e bizarrices. Não é à toa que sou bipolar com um pé no trifásico.
A sorte de ter sido quem sou, de estar onde estou, não é nada se comparada ao meu maior gol: sim, acho que fiz um monte de gente feliz.
Hoje, para um artista se dar bem, ele tem que vender a alma ao cartel empresarial, que por sua vez vende a alma ao cartel político, que vende a alma ao cartel da poderosa nova ordem mundial. Muito diabo pra pouco caldeirão.
Nascer no 31 de dezembro é sacanagem. Levo um ano literalmente nas costas para fazer aniversário e ouvir: “hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier”. Quando
Lembro que, ao tratar do assunto “órgão genital feminino” na presença do meu pai, o harém apelidou o tal de Emilinha Borba: “Lavou bem sua emilinha borba?”. Marlene era o seio: “O sutiã novo tá machucando a marlene”. O órgão genital masculino era “alves”, de Chico Alves: “O alves do Nijinsky é fofinho”.
Coisas da vida Quando a lua apareceu Ninguém sonhava mais do que eu Já era tarde Mas a noite é uma criança distraída Depois que eu envelhecer Ninguém precisa mais me dizer Como é estranho Ser humano nessas horas de partida É o fim da picada Depois da estrada começa uma grande avenida No fim da avenida Existe uma chance, uma sorte, uma nova saída Qual é a moral? Qual vai ser o final? Dessa história… Eu não tenho nada pra dizer, por isso digo Eu não tenho muito que perder, por isso jogo Eu não tenho hora pra morrer, por isso sonho São coisas da vida E a gente se olha e não sabe se vai ou se fica…
Haja saco para viúvos de Mamutes e Fruttis. A mídia adora um loser pra chamar de seu, ainda mais se for do sexo masculino.
Anos 1970 Estava eu babando na sarjeta num daqueles momentos droguísticos “quem sou eu, onde estou”, quando Hebe passa de carro por lá, me vê, desce, me leva para sua casa, me dá banho, me põe na cama, me dá papinha na boca e, depois de todo aquele trabalhão, passa a descompostura mais deliciosa que já recebi na vida: “Ritinha, se você fizer isso de novo, te interno num hospício e não vou te visitar”. #HebeMeSalvou2
James Dean, o deus Sei perfeitamente o que é ser fã. O ídolo entra em nossa vidinha besta sem pedir licença e babamos de amor sem o menor pudor. O rapto da minha alma por James Dean se deu quando o encontrei num sonho dias depois de sua morte. Eu tinha oito anos. Meu inconsciente se atirou de joelhos beijando-lhe os pés com prazer inenarrável. Acordei e a epifania estava feita, point of no return