Quando se trata dos trabalhos de assistência às crianças de rua, muitas variáveis podem ser apontadas como fatores de grande influência. Na obra de Carlos Alberto Maciel, duas delas se encontram reunidas: poder e rito. Esses dois fatores aparecem relacionados com a socialização, ou seja, o retorno ou a introdução das crianças de rua no convívio social comum, na sociedade como um todo, na partilha de ideais e no trabalho conjunto. Tanto poder quanto rito são sempre pensados a partir do encontro, no trabalho de assistência, de dois universos diferentes. Se, de um lado, estão os ideais dos profissionais que desenvolvem os projetos, de outro estão meninos que trazem consigo as regras e os costumes próprios das ruas, de um local onde a luta pela sobrevivência coexiste com violência, descaso e vício. Como punir e ensinar regras de comportamento para crianças que vivem sem rumo e contam apenas consigo mesmas? A quem elas devem respeito? Qual é a própria noção de respeito? Vivendo num mundo paralelo, os meninos de rua precisam, quando diante da possibilidade de mudança, compreender as estruturas do mundo novo que encaram.
Rito, poder e socialização
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