Lançado originalmente em 1980, Um romance de geração tem a estrutura de uma peça de teatro - mas é um romance.
Vindo de Minas Gerais, o escritor Carlos Santeiro mora em Copacabana, num minúsculo apartamento alugado. O fato de ser autor de um livro de sucesso não o impede de atravessar uma crise total: afetiva, existencial e literária. É nesse estado de espírito que recebe a visita de uma jornalista que escreve uma matéria sobre a literatura brasileira do período da ditadura e da pós-ditadura. Santeiro transforma a entrevista num ato teatral incisivo - um romance breve de sua geração -, questionando sua vida, seus amores, seus ideais estéticos e políticos, sua utopia revolucionária, sua solidão e seu alcoolismo.
Contrapondo constantemente a experiência pessoal à peça de um amigo, Santeiro/Sant'Anna se move num mundo que funciona como um jogo de espelhos. Nele, os elementos se confundem e a experiência não gera uma ideia de futuro: uma e outra vez surge a mesma parede cega que parece ser a herança dos que acreditaram nas utopias dos anos 1970.