Quando a Arte
Tem Que Ser Sofisticada
A escrita de José Humberto Henriques situa-se no limite entre a poesia e a prosa. Há uma sublimação da palavra; existe um perfeccionismo na construção da frase.
Verifica-se neste livro de contos, Roxo-Rosa, uma coerência admirável com outros textos já publicados, principalmente com “Cavaco de Costela.”
Como pesquisador da linguagem popular, detenho-me, particularmente, da feliz coincidência do lugar de nascença do autor. José Humberto veio ao mundo na região de Patrocínio/Coromandel, justo nas imediações de Paracatu, do pioneiro do regionalismo brasileiro, Afonso Arinos, o Velho, autor de “Pelo Sertão” e de Monte Carmelo, de Mário Palmério, monumento vivo da literatura.
Então, o vocabulário emerge espontâneo, dentro do mesmo espaço geográfico que vai dos limites do Urucuia, esbarrando, inevitavelmente, em Rosa. E longe de ser desdouro, torna-se meritório, já que depois de Machado de Assis e Guimarães Rosa, ficou muito difícil fazer autêntica literatura no Brasil sem passar perto de um deles.
Na verdade, em toda a literatura mundial não existem mais do que dez variações de estilo. O melhor da produção machadiana de concentra nos contos. Há que se notar (nos contos) de Machado todo um “espírito” roseano.
As personagens descritas em Roxo-Rosa merecem credibilidade. O fazendeiro Filostratin pode ser encontrado, ainda que com outro nome, tanto na Lagoa Formosa, como nos Patos. Xaviélio é outro, que me cansei de encontrar no Velho Chico e no Carinhanha.
Com um texto elaborado, que qualquer estudioso reconhece de difícil produção, tanto pela fabulação quanto pela estruturação lingüística, o autor acaba de brindar a inteligência dos leitores.
Joaquim Borges
Tem Que Ser Sofisticada
A escrita de José Humberto Henriques situa-se no limite entre a poesia e a prosa. Há uma sublimação da palavra; existe um perfeccionismo na construção da frase.
Verifica-se neste livro de contos, Roxo-Rosa, uma coerência admirável com outros textos já publicados, principalmente com “Cavaco de Costela.”
Como pesquisador da linguagem popular, detenho-me, particularmente, da feliz coincidência do lugar de nascença do autor. José Humberto veio ao mundo na região de Patrocínio/Coromandel, justo nas imediações de Paracatu, do pioneiro do regionalismo brasileiro, Afonso Arinos, o Velho, autor de “Pelo Sertão” e de Monte Carmelo, de Mário Palmério, monumento vivo da literatura.
Então, o vocabulário emerge espontâneo, dentro do mesmo espaço geográfico que vai dos limites do Urucuia, esbarrando, inevitavelmente, em Rosa. E longe de ser desdouro, torna-se meritório, já que depois de Machado de Assis e Guimarães Rosa, ficou muito difícil fazer autêntica literatura no Brasil sem passar perto de um deles.
Na verdade, em toda a literatura mundial não existem mais do que dez variações de estilo. O melhor da produção machadiana de concentra nos contos. Há que se notar (nos contos) de Machado todo um “espírito” roseano.
As personagens descritas em Roxo-Rosa merecem credibilidade. O fazendeiro Filostratin pode ser encontrado, ainda que com outro nome, tanto na Lagoa Formosa, como nos Patos. Xaviélio é outro, que me cansei de encontrar no Velho Chico e no Carinhanha.
Com um texto elaborado, que qualquer estudioso reconhece de difícil produção, tanto pela fabulação quanto pela estruturação lingüística, o autor acaba de brindar a inteligência dos leitores.
Joaquim Borges