Ao escrever este livro demorei imenso tempo para selecionar um título. Sabia o que queria escrever mas não fazia a mínima ideia de como chamar ao conjunto de textos que viriam a formar esta obra. O título Sabedoria Espiritual foi o primeiro a surgir-me na mente. Isto porque, em certa medida, tudo o que o que é abordado toca de alguma forma este assunto.
Ao longo de mais de doze anos a acumular conhecimentos relacionados com as dificuldades na aprendizagem fui aprofundando esta área cada vez mais e de diferentes formas, meios e experiências. Mas mais do que isso, fui observando as reações dos meus próprios alunos (tanto em contexto escolar como particular) e aprendendo com elas. Quanto mais os ajudava e quanto mais analisava os seus problemas mais me aproximava de uma verdade irrefutável – não existe uma verdadeira separação na análise da realidade. Todos os assuntos se combinam para formar uma estrutura única.
Num plano geral, poder-se-á dizer que não existe separação entre o que se define por espiritualidade e ciência. A verdade sobre os mecanismos de funcionamento do mundo é independente das crenças dos seres humanos e respetivas teorias.
Ainda assim, o percurso que tomei foi o que seria de prever em termos lógicos. Iniciei-me com os conhecimentos baseados em estudos científicos e fui-me dirigindo a partir daí em função do que os alunos apresentavam.
Cedo percebi que todo o problema da aprendizagem tem uma base a nível psíquico que o justifica. O entendimento sobre a realidade e a forma como o sujeito a organiza a nível interno definem o seu sucesso na análise daquilo que esta providencia (nomeadamente quando pretende estudar algo). Esta organização, por sua vez, é criada a partir de emoções, as quais refletem a experiência do sujeito com a mesma realidade.
Todo e qualquer ser humano define e cria a sua própria realidade em função das suas emoções. Ou seja, não importa tanto o que se faz como o que se sente.
Toda a ação parte de emoções e é neste princípio que reside a chave para a mudança se alguma quisermos ajudar alguém a alterar os seus comportamentos redirecionando-se para o sucesso.
Tal situação pressupõe a ajuda no analisar, reformular, reorganizar e reformar as emoções, para que estas alterem o pensamento e daí surja a mudança na atitude e, em consequência disso, o sucesso.
E qual a origem do sentido residente nas emoções? Curiosamente, quanto mais analisava as emoções dos alunos, principalmente nas crianças, deparava-me com um facto interessante, que é nem sempre estas emoções possuírem uma justificação racional.
Se observarmos as crianças, podemos facilmente perceber como frequentemente tendem a replicar as atitudes dos adultos em seu redor. Mas, ao trabalhar com muitas crianças na faixa dos cinco e seis anos, notei outro pormenor relevante: existem muitos comportamentos inatos e inspirados.
Ao utilizar o termo inato, refiro-me a tendências previsíveis no âmbito do desenvolvimento humano, no modo como se analisa a realidade. Mas o termo inspirado é aqui aplicado às tendências comportamentais que pressupõem conhecimento de vida, sem que ela tenha sido vivida o suficiente para isso.
Não é fácil de detetar tais características porque quase ninguém dá importância ao assunto. No entanto, não se pode descurar o facto de muitas vezes as crianças apresentarem comportamentos aprendidos sem uma explicação lógica. E isso verifica-se essencialmente na forma como coordenam a comunicação, ainda que com palavras oriundas de um léxico gramatical restrito.
O facto de possuir experiência vasta e significativa no campo da religião e outros contextos associados permitiu-me por à prova este facto. E o que constatei foi um encaixe perfeito. Ou seja, se partirmos do pressuposto de que a criança é um espírito em reconhecimento (e não aprendizagem) podemos mais facilmente chegar até às suas emoções e compreendê-las.
Sabedoria Espiritual: A Estrutura do Conhecimento
Existe 1 citação disponível para Sabedoria Espiritual: A Estrutura do ConhecimentoSobre
Talvez você seja redirecionado para outro site