Sabres e utopias
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Revolucionários de esquerda, militares de direita, visionários religiosos, nacionalistas inflamados e racistas de todos os naipes têm uma base comum: o desprezo pelas regras do jogo democrático, o particularismo e o sectarismo.
Para evitar a opressão, o único remédio é estimular o pluralismo, a tolerância e a liberdade, ou, mais exatamente, aquilo que Berlin chama de liberdade negativa: uma esfera da vida em que nenhum poder externo possa barrar a ação humana.
Ela me ensinou o quão movediça é a linha que separa o bem e o mal, a prudência que se faz necessária para julgar as ações humanas e para decidir quais são as soluções para os problemas sociais quando se quer evitar que os remédios resultem em algo mais nocivo do que a própria doença.
O sonho do Iluminismo, segundo o qual as sociedades percorreriam a estrada ascendente do progresso guiadas pela ciência e pela razão, partia de uma premissa equivocada. Nem a ciência nem a razão fornecem respostas únicas e definitivas às questões fundamentais do ser humano.
moda nociva na América Latina: o de monopolizar os diversos braços do poder, partindo da legalidade, chegando ao Executivo por meios democráticos para em seguida trair as regras do jogo, reformar constituições, infiltrar-se no judiciário, forçar maiorias parlamentares e intimidar opositores e meios de comunicação.
Se fascismo e comunismo se pareciam em alguma coisa, era neste ponto: os dois sistemas concentravam as forças produtivas nas mãos do Estado.
O que significa essa duplicidade? Que o presidente Lula nunca mudou realmente? Que é um mero camaleão, capaz de operar toda e qualquer reviravolta ideológica, um politicastro sem espinha dorsal cívica e moral? Para
LULA E OS CASTRO Minha capacidade de indignação política fica um tanto embotada durante os meses do ano em que passo na Europa. O motivo, suponho, é que ali estou em países democráticos onde, quaisquer que sejam os problemas, existe uma grande margem de liberdade para a crítica, e os meios de comunicação, os partidos, as instituições e os indivíduos costumam protestar de corpo inteiro e com bastante furor quando se dá um fato vergonhoso e desprezível, em especial na política. Na América Latina, porém, onde passo três ou quatro meses por ano, essa capacidade de indignação sempre volta à tona, com a mesma intensidade da juventude, e me faz viver na pele de quem, agitado e alerta, vive esperando (e se perguntando de onde virá desta vez) o acontecimento execrável que, geralmente, passará despercebido para o grande público, ou merecerá o beneplácito ou a indiferença geral. Esta manhã, vivenciei mais uma vez essa sensação de asco e ira ao ver o risonho presidente Lula, do Brasil, abraçando carinhosamente Fidel e Raúl Castro, no mesmo momento em que os capangas da ditadura cubana perseguiam os dissidentes e os escondiam nos calabouços para impedir que comparecessem ao enterro de Orlando Zapata Tamayo, o pedreiro de oposição e pacifista de 42 anos, do Grupo dos 75, a quem a satrapia deixou morrer de fome — depois de submetê-lo, em vida, ao confinamento, a torturas, e condená-lo com provas falsas a mais de 30 anos de prisão — após 85 dias de greve de fome. Qualquer pessoa que ainda preserve a decência e tenha um mínimo de informação sobre o que acontece em Cuba esperaria do regime castrista que ele fizesse exatamente o que ele fez. Há uma coerência total entre a condição de ditadura totalitária de Cuba e uma política terrorista de perseguição a toda forma de dissidência e de crítica, com a sistemática violação dos direitos humanos mais elementares, processos manipulados para enterrar os opositores em prisões imundas e submetê-los ali às piores humilhações a
“Somos contra todas as leis, a começar pela lei da gravidade.” Rechaçar a realidade, empenhar-se em substituí-la pela ficção, negar a existência verdadeiramente vivida em nome de uma outra, inventada, afirmar a superioridade do sonho sobre a vida objetiva, e orientar a conduta com base nessa premissa, eis a mais velha e mais humana das atitudes, aquela que gerou as figuras políticas, militares, científicas e artísticas mais atrativas e admiradas, os santos e os heróis e, talvez, o principal motor do progresso e da civilização.