Dez textos compõem este livro. Curiosamente, não há entre eles um que se chame saca-rolhas e não há referências a esse objeto nas suas histórias e não-histórias. Há claramente uma metáfora: os textos são instrumentos que o autor usa para desobstruir seus próprios gargalos, existentes ou imaginados, de rolhas da emoção ou da expressão.
A escrita é fluida, a prosa corre bem.
Há contos tradicionais, como o bem-realizado ?A Sinhá?, primeiro da coletânea: há uma crônica bem-humorada, como ?Malandros?, sobre flanelinhas e sua atividade inútil-oportunista; há momentos de emoção bem-medida, como a mãe que morre em ?Quando eu me perdi?; há um criativo conto safado, ?A mão de Clarice?; há uma longa digressão, felizmente divertida, sobre regionalidades brasileiras, principalmente a brasiliense; há uma perambulação em torno do pequeno drama dos 30 anos, em ?Homem aos 30?; há busca de efeitos, tratamento do texto, autoexplorações ? e o que dá unidade ao conjunto é que tudo parece fazer parte do mundo de um mesmo personagem, tanto as inquietações à moda de artigo quanto as peripécias vividas por ele.
Ivan Angelo, duas vezes agraciado com o Prêmio Jabuti
A escrita é fluida, a prosa corre bem.
Há contos tradicionais, como o bem-realizado ?A Sinhá?, primeiro da coletânea: há uma crônica bem-humorada, como ?Malandros?, sobre flanelinhas e sua atividade inútil-oportunista; há momentos de emoção bem-medida, como a mãe que morre em ?Quando eu me perdi?; há um criativo conto safado, ?A mão de Clarice?; há uma longa digressão, felizmente divertida, sobre regionalidades brasileiras, principalmente a brasiliense; há uma perambulação em torno do pequeno drama dos 30 anos, em ?Homem aos 30?; há busca de efeitos, tratamento do texto, autoexplorações ? e o que dá unidade ao conjunto é que tudo parece fazer parte do mundo de um mesmo personagem, tanto as inquietações à moda de artigo quanto as peripécias vividas por ele.
Ivan Angelo, duas vezes agraciado com o Prêmio Jabuti